O governo tem base no Congresso para a aprovação da reforma da Previdência, mas trabalha para assegurar uma margem que não dê espaço a "surpresas", afirmou o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles. "A discussão agora é assegurar uma margem, para não haver dúvidas ou surpresas. Vamos deixar isso para a avaliação da área política", disse Meirelles. "Estamos seguros de que haverá a aprovação, de que há margem para isso, mas essa medida da sintonia fina está ainda sendo realizada", completou o ministro.
Segundo ele, mesmo após as mudanças feitas na comissão especial da Câmara, o texto da reforma ainda assegura o ajuste fiscal.
"É importante dizer que a reforma como está hoje está dentro daqueles parâmetros que esperávamos e que garantem o ajuste fiscal. Mudanças excessivas podem prejudicar a reforma, mas esperamos que não aconteçam", avaliou Meirelles, após solenidade de entrega da Medalha da Vitória, no Monumento Nacional aos Mortos da Segunda Guerra Mundial, no Rio.
O ministro defendeu que a questão da Previdência não gira em torno da idade para acessar a aposentadoria, mas sim se haverá condições de garantir que todos recebam os benefícios a que têm direito.
"O que está em jogo não é se alguém vai se aposentar dois ou três anos depois ou antes. Está se discutindo na verdade até que ponto todos os brasileiros terão a garantia de que receberão a sua aposentadoria. Porque a Previdência pode quebrar, pode ficar insolvente", afirmou Meirelles.
Ele lembrou que alguns estados já enfrentam dificuldades no pagamento de inativos, e que alguns países que passaram pelo mesmo problema tiveram que reduzir o valor da pensão de aposentados.
"O Brasil está longe disso, porque está na hora de fazer a reforma. Acreditamos que haverá sim a aprovação de algo que garanta a todos que a Previdência Social do Brasil continuará solvente", concluiu.