Juntos na capital paulista pela primeira vez desde o anúncio da aliança, o governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), e a ex-senadora Marina Silva, convocaram uma entrevista coletiva na tarde desta quinta-feira, 10, na qual anunciaram que se encontraram para evoluir na discussão sobre "o conteúdo programático", assunto que deve pautar o primeiro seminário entre integrantes da Rede e do PSB marcado para o dia 29 em São Paulo. Nesta quinta, Marina e Campos afinaram os discursos e evitaram responder sobre quem sairá candidato no próximo ano, alegando que a decisão virá em 2014.
"Se alguém imagina (problema) entre Marina e eu e outros companheiros para que a gente possa organizar isso está redondamente enganado." O governador afirmou que os dois irão consultar as bases e a militância e buscar na sociedade mais interessados em ajudar na aliança. "A decisão que nós temos tomada com muita clareza é que estamos fazendo uma aliança que busca a identidade. É preciso começar essa aliança não pelos nomes, pelo conteúdo que tem que dialogar com o Brasil que nós queremos", disse Campos.
O governador de Pernambuco afirmou que a aliança não se iniciaria cometendo "os mesmos erros" das práticas políticas que os dois condenam. "Em 2014 nós vamos tomar uma decisão sobre a chapa. Não haverá nenhum problema entre o PSB e a Rede no que tange essa questão", completou Campos. Marina disse fazer das palavras do governador as suas. Para a senadora, a aliança vai inverter o processo tradicional da política em que "faz-se a aliança eleitoral, ganha-se os governos e depois inventa-se um programa". "Vamos adensar essa aliança, dar substância a esse conteúdo político, e aí sim o que é uma aliança programática poderá se tornar, se deus quiser e o nosso trabalho, uma aliança fática", disse Marina.
"Tanto Marina quanto eu vínhamos afirmando reiteradas vezes que era preciso tomar decisões em 14 (ano 2014). Nós ao produzirmos esse encontro não temos porque mudar a estratégia", afirmou Eduardo Campo. O governador avaliou que a aliança entre os dois "provocou um verdadeiro terremoto na política brasileira" e reuniu "muita gente que estava decepcionada com a política, que estava de lado".
Marina criticou a "ansiedade tóxica" da "eleição pela eleição e do poder pelo poder". "O que vai fazer a diferença não é o tempo de televisão, não é o marketing, não é a estrutura, é a nova postura", completou a ex-senadora.
Campos foi questionado se sente confortável mesmo a senador Marina Silva aparecendo na sua frente nas pesquisas de intenção de voto e
respondeu: "completamente". "Nem eu nem a Marina estamos buscando candidaturas. Estamos buscando uma nova política", disse.