Política

Mariana acusa adversários de distorcerem sua plataforma

11 set 2014 às 20:36

Sob ataque dos adversários desde que entrou na disputa presidencial, a candidata do PSB, Marina Silva, acusou nesta quinta-feira (11) o PT e o PSDB de se aliarem para criar "distorções e boatos" sobre seu programa de governo. Ela usou as denúncias de corrupção na Petrobras para se defender das críticas de que se opõe à exploração do petróleo na camada do pré-sal e desvaloriza os partidos políticos. Marina disse que o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, é motivo de "vergonha alheia" no governo.

"Vamos explorar os recursos do pré-sal, vamos utilizar o dinheiro em saúde e educação e não em corrupção. O que ameaça o pré sal é o que está sendo feito com a Petrobras", disse a candidata em sabatina do jornal O Globo.


Para Marina, os ataques à sua proposta para política energética tentam encobrir o escândalo da Petrobrás, denunciado pelo ex-diretor de Abastecimento da estatal, indicado pelo PP, com aval do PMDB. "Existe uma cortina de fumaça para desviar o debate, talvez até porque já sabiam das denúncias que estavam vindo das investigações. Uma safra que só dá uma vez não pode ser drenada pela corrupção, como aconteceu com a Petrobras".


A candidata afirmou que seu plano de escolher os "melhores nomes" de cada partido para um possível governo pretende resgatar a seriedade das legendas, e não desprezá-las. "Não consigo imaginar que as pessoas possam confiar em um partido que coloca por doze anos um diretor para assaltar os cofres da Petrobrás. Espero que as pessoas virtuosas possam renovar seus partidos".


Colega de Marina no primeiro escalão do governo de Luiz Inácio Lula da Silva durante poucos meses, em 2008, Edison Lobão não foi poupado. "O Brasil tem ministro de Minas e Energia que não entende de energia, que é vergonha alheia quando fala de energia", criticou.


Além da Dilma Rousseff, o candidato do PSDB, Aécio Neves, também foi alvo dos protestos de Marina. "Existe uma estrutura espalhando boatos, é um batalhão de Golias contra Davi, uma artilharia pesada de dois partidos que se uniram temporariamente. O Aécio se aliou ao PT de forma preconceituosa", atacou. Ela disse que o tucano a aponta como despreparada para governar por causa de sua origem humilde.


"Eu fui vereadora, deputada, senadora, ministra. Ele (Aécio) diz `é boazinha', mas é o falso elogio, porque depois diz `é inexperiente, não tem capacidade', por causa da minha origem". A ex-ministra comparou os ataques que tem recebido aos boatos espalhados contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na campanha presidencial de 1989, vencida por Fernando Collor.


"O Collor venceu o Lula em cima de muitas mentiras e pagou um preço muito alto. Não se pode ser presidente em cima de mentiras. Prefiro perder ganhando do que ganhar perdendo".
Questionada sobre a hidrelétrica de Belo Monte, no Pará, Marina disse que dará andamento ao projeto, mas cobrará do consórcio o cumprimento das exigências ambientais.


"Queremos um empreendimento com viabilidade econômica, social e ambiental. A licença de Belo Monte foi dada em ambiente de pressão política, as condicionantes não estão sendo cumpridas, vamos encaminhar as coisas de forma correta", declarou.


Sobre o recuo de seu programa em relação à união de pessoas do mesmo sexo e adoção de crianças por esses casais, Marina informou que, por engano, a equipe da campanha reproduziu a proposta encaminhada pela comunidade LGBT e que a nova versão é fiel à "mediação" feita durante as discussões internas.

A candidata disse que, por ser evangélica, é mais questionada sobre religião do que os adversários, mas que nunca negou sua fé. "O Estado laico não é Estado ateu", afirmou. "Se o presidente da República precisa negar sua fé, os cidadãos dirão: se ele não consegue garantir o Estado laico para exercer sua crença, quanto mais para mim. Estado laico é para defender a crença de todas as pessoas. E eu sou comprometida com o Estado laico".


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