Mais de 200 pessoas, com cartazes, faixas e gritos de ordem, protestaram na porta da Igreja Assembleia de Deus - Catedral do Aviamento, neste domingo à noite em Franca (SP), onde o pastor Marco Feliciano (PSC) se encontrava. O motivo foi o fato de ele ter assumido a presidência da Comissão de Direitos Humanos da Câmara Federal.
Os manifestantes garantem que o protesto foi pacífico. Já o pastor e deputado alegou em nota que a ação foi feita por "ativistas gays" que teriam tentado invadir o templo. Na igreja, Feliciano falou durante cerca de 40 minutos e entre os temas abordados constaram homofobia e racismo. Em seu discurso para cerca de 500 pessoas, citou até o líder político negro norte-americano Martin Luther King.
Os manifestantes eram, em sua maioria, estudantes universitários da Unesp. Eles chegaram por volta das 18h30 na frente do templo e ficaram até as 20h30. Quatro viaturas da Polícia Militar acompanharam a manifestação e ajudaram o deputado a deixar a igreja.
"Ele é homofóbico e machista declarado, não pode ocupar um cargo voltado aos direitos humanos", gritou uma jovem. Roberto Marinho, assessor do deputado, tentava falar à imprensa. "Isso é democracia, cada um tem um livre pensamento, está tudo tranquilo", afirmou, sob vaias.
Por causa da manifestação, Marco Feliciano, que é de Orlândia (SP), na região de Franca, disse que não divulgará mais sua agenda via internet. O pastor afirma que foi agredido com palavras de baixo calão, ameaças de violência e depredação. "O pastor Marco Feliciano estava acompanhado de sua família, inclusive com suas crianças que, aos choros, se apavoraram quando os manifestantes atacaram o carro onde estavam", diz a nota. Por fim, ele argumenta que "já está procurando as autoridades para tomar todas as medidas cabíveis".