Em seu discurso no evento "Emprego e Qualificação Profissional", organizado pelas centrais sindicais na sede do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, em São Bernardo do Campo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva ironizou o slogan da campanha tucana - "o Brasil pode mais".
De acordo com o presidente, o slogan dos tucanos é uma cópia daquele criado pela campanha do presidente dos EUA, Barack Obama - "Yes, we can" ("sim, nós podemos"). "Eu nunca pensei que, com a inteligência de nossos adversários, eles fossem copiar o slogan do Obama", brincou o presidente.
Lula afirmou ainda que as pessoas que hoje dizem que este País "pode mais" são as mesmas que, em 2002, disseram que o Brasil não tinha tecnologia. "Mas hoje, mais de 70% dos componentes das plataformas de petróleo são nacionais. Quando eles dizem que este País pode mais, nós dizemos que sabemos mais. Não adianta eles copiarem o Obama, que quando o Obama disse que eu ''era o cara'', eu respondi que vocês, 180 milhões de brasileiros, é que são ''os caras''", afirmou Lula.
Dilma
A partir do momento em que começou a falar em prol da candidatura de Dilma Rousseff, Lula justificou-se dizendo que poderia ter deixado para a candidata fazer o lançamento do Plano de Aceleração do Crescimento (PAC 2).
"Mas eu fiz questão de fazer o lançamento porque eu não quero que ela chegue no governo e enfrente o que enfrentei. Não encontrei nenhum projeto e não encontrei dinheiro em caixa. Passei um ano do meu governo arrumando a casa. Eu não quero que a Dilma faça o que eu fiz, porque, se fosse assim, eu teria brigado pelo terceiro mandato", explicou o presidente, ressaltando desejar que a Dilma faça "mais e melhor" do que ele fez. "Quero deixar para ela uma criança com fraldas limpas para que ela chegue e só comece a ensiná-la."
Em ataque frontal ao pré-candidato à Presidência da República pelo PSDB, José Serra, Lula disse que há cerca de 15 dias, quando esteve em São Paulo para participar de um congresso de mulheres, o então governador o procurou para pedir sua ajuda na questão da greve dos professores.
"Eu falei para ele (Serra) que ele mesmo deveria conversar com a Apeoesp (sindicato dos professores) e que os professores estavam dispostos a negociar, a chegar a um acordo, e o Serra disse que faria isso. Mas qual não foi a minha surpresa quando, no dia seguinte, soube que ele viajou e mandou seu secretário de educação (Paulo Renato Souza) conversar com os professores. O secretário que, quando foi ministro da educação, nunca conversou com os professores", criticou Lula, questionando como poderia haver uma relação harmoniosa desse jeito.