O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o ex-ministro José Dirceu (PT), que foi libertado nesta semana da prisão em Curitiba (PR), receberam apoio público durante a etapa estadual do Congresso do PR, na noite desta sexta-feira, 5,) na capital paulista. Lula e o ex-presidente do Uruguai José "Pepe" Mujica estavam presentes no evento.
Citado por membros da diretoria do partido, o ex-ministro foi aclamado por gritos de "Dirceu guerreiro do povo brasileiro", no que evento ocorreu na quadra do Sindicato dos Bancários.
Já Lula foi aclamado como candidato a presidente da República e recebeu apoio dos militantes, que disseram que estarão em Curitiba no próximo dia 10, quando ele prestará depoimento ao juiz federal Sérgio Moro na Operação Lava Jato.
Dirceu estava assistindo ao evento pela internet, conforme falou o presidente estadual do PT, Emídio de Souza. Ele disse que espera que outros "prisioneiros políticos" sejam libertos, principalmente o ex-tesoureiro da legenda João Vaccari Neto.
O ex-presidente Lula, ao citar Dirceu, disse que o ex-ministro foi preso quando poderia ter respondido ao processo em liberdade. Lula citou ainda o ex-ministro da Fazenda Antonio Palocci e o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto e disse que, mais grave do que as prisões, é a "destruição" que a Operação Lava Jato faz. O petista disse que há um "plano diabólico" entre a Lava Jato e os meios de comunicação em que não importa a verdade dos fatos.
'Desgraça'
Em seu discurso, Mujica classificou como "desgraça" a pulverização de partidos no Brasil e disse que é preciso diminuir a quantidade de legendas. "Uma desgraça no Brasil é a atomização política. Não pode haver 30 projetos de país, estão loucos. Há dois projetos de país, e não mais. Três ou quatro, não muito mais", disse Mujica, que defendeu que o PT adote uma política de alianças, cuidando com quem vai se aliar.