Mesmo diante da pressão de partidos aliados que pleiteiam cargos no governo, especialmente o PMDB, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva descartou que esteja em seus planos fazer uma reforma ministerial neste momento.
Em entrevista à revista Veja que chega às bancas neste sábado, o presidente resume a sua satisfação com os atuais ministros fazendo, mais uma vez, uma comparação com o futebol. "Os técnicos de futebol não tiram de campo um jogador com dez minutos de jogo. Os governos também devem fazer o mesmo", disse.
Lula citou como exemplo o ministro de Segurança Alimentar, José Graziano. O presidente lembrou que nos primeiros meses de governo foi pressionado a tirá-lo do cargo, mas se manteve firme por confiar no trabalho de Graziano. O presidente afirmou que, se vier uma reforma ministerial, ela não será realizada antes do primeiro ano do governo.
"Sempre disse aos prefeitos e governadores do PT que eles devem fazer uma avaliação da equipe ao fim dos primeiros doze meses de gestão. Não antes. E não devem agir com base em manchete de jornal. Se eu fosse levar a sério o que diziam, o José Graziano teria caído com três meses de ministério", ressaltou.
As especulações do início de agosto sobre o afastamento do ministro da Fazenda, Antônio Palocci, também foram duramente criticadas por Lula. Segundo ele, quem especular contra o ministro "vai perder".
E completou: "Se alguém quiser ganhar alguma coisa apostando, recomendo que aposte a favor do Palocci. O Palocci é da minha mais inteira confiança. Ele não está aqui porque quis, ele está aqui porque eu quis que ele estivesse aqui. Ele é um dos companheiros em quem eu deposito o maior grau de confiança, o maior grau de companheirismo e de lealdade", enfatizou.