Com um discurso em defesa ao fortalecimento da Organização das Nações Unidas e outros organismos multilaterais, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez sua estréia pública nas tribunas do principal fórum internacional.
Um dia antes da abertura dos trabalhos oficiais da Assembléia Geral, líderes de 22 nações defenderam suas posições sobre um dos temas que têm atemorizado cidadãos de todo o globo. No seminário "Combatendo o terrorismo em prol da humanidade", Lula condenou todo tipo de ação terrorista e propôs reformas no sistema internacional para o combate de ações como a que matou o brasileiro Sérgio Vieira de Mello, em Bagdá.
"Não podemos prescindir da ONU em nossos esforços. Enfraquecê-la significa fortalecer os inimigos da paz", destacou o presidente. Para Lula, a atuação desse organismo não pode se limitar a aspectos humanitários, mas sua influência diplomática deve ser respeitada e legitimada.
As causas do terrorismo, segundo o brasileiro, não podem ser resumidas como conseqüência da pobreza das nações, consideração que pode levar à injusta discriminação contra países em desenvolvimento. "A origem de atos terroristas é de caráter político: a falta de democracia ou de liberdades civis, a ausência de um Estado de Direito, as desigualdades sociais", explica.
Deixou claro que o Brasil não admite "a mera elaboração de listas de organizações terroristas" como solução para resolver a questão. Encerrando, Lula homenageou Vieira de Mello e reiterou a necessidade de restabelecer a soberania e a autodeterminação do povo iraquiano.