A vereadora Elza Correia (PMDB) usou o grande expediente da sessão desta terça-feira (1º) da Câmara Municipal de Londrina para falar sobre os 50 anos do Golpe Militar de 1964. O conjunto de eventos que culminou no encerramento do governo do presidente João Goulart e no início de uma ditadura militar no Brasil completou cinco décadas na segunda-feira (31).
Filha de Manoel Jacinto Correia, preso pelo menos 17 vezes durante a ditatura, a vereadora se emocionou ao lembrar da época. "O crime do meu pai era sonhar com um país mais justo e soberano. Quando o prendia, o regime também encarcerava a família dele", argumentou. Segundo a vereadora, Correia morreu em decorrência das "sequelas da cadeia".
A vereadora destacou, ainda, que a ditadura não é um "fato pessoal, mas faz parte da história brasileira". "Precisamos resgatar este período de trevas para informar as novas gerações", argumentou.
Ela lembrou, ainda, do ativista político Antônio dos Três Reis Oliveira, "fuzilado e morto pelo regime", e do jornalista Vladimir Herzog, militante do Partido Comunista Brasileiro e torturado até a morte em 1975 nas instalações do Destacamento de Operações de Informações - Centro de Operações de Defesa Interna (DOI-CODI), no quartel-general do II Exército, em São Paulo. "A história precisa reconhecer a participação destes militantes na redemocratização do país", destacou.