O governo do Estado se comprometeu ontem a suspender as licitações previstas pela Companhia de Saneamento do Paraná (Sanepar) num valor total de US$ 390 milhões. A solicitação foi feita anteontem à noite por telefone pelo governador eleito Roberto Requião (PMDB) ao atual governador Jaime Lerner (PFL), que só aceita recuar se houver um compromisso por escrito de Requião assumindo os riscos da suspensão.
Requião alega que o volume de recursos destinados para obras de tratamento de esgoto sanitário, captação e distribuição de água na Região Metropolitana de Curitiba pode comprometer a futura administração. Já Lerner deseja, por outro lado, que o pedido do novo governo conste em ata assinada conjuntamente pelas equipes de transição, especificando no documento os reflexos da suspensão e transferindo a responsabilidade dos mesmos para o governo Requião.
Entre os riscos apontados pelo atual governo estariam o retardamento em um ano do funcionamento do Sistema de Abastecimento e Tratamento de Água da Região Metropolitana de Curitiba e dificuldades no relacionamento com o Japan Bank of International Cooperation (JBIC), instituição financeira do Japão, que se propôs a bancar 60% das obras.
''Nós não seremos irresponsáveis. A licitação da Sanepar impactará a futura administração, por isso vamos atender a solicitação de Requião. No entanto, a responsabilidade por eventuais problemas e riscos não será nossa'', salientou Ingo Hubert, secretário de Estado da Fazenda, presidente da Companhia Paranaense de Energia (Copel) e coordenador da equipe de transição de Lerner.
''As obras e serviços dessa licitação precisam ser suspensos por causa da grandiosidade dos recursos envolvidos'', rebateu Orlando Pessuti, deputado estadual, vice-governador eleito e o coordenador da equipe de transição designada por Requião.
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