O governador Jaime Lerner (PFL) negou nesta quarta-feira que vá disputar o Senado, mas manteve o suspense sobre seu futuro político. Disse que tem até sexta-feira para decidir se vai ou não renunciar ao mandato, e fez mistério sobre um possível interesse do governo federal em colocá-lo como vice na chapa presidencial encabeçada pelo senador tucano José Serra.
Os governadores interessados em disputar as eleições são obrigados a se desincompatibilizarem até o dia 5 de abril.
Questionado sobre um possível interesse em ocupar a vice de Serra, Lerner disse que ''não é uma coisa que dependa de querer ou não''. ''Minha vida de homem público nunca foi conduzida dessa maneira'', completou, minutos antes da cerimônia de entrega do título de cidadão honorário do Paraná ao presidente da Renault do Brasil, Luc-Alexandre Ménard, na Assembléia Legislativa. Ménard passará a ocupar, a partir de julho, o posto de diretor de Operações Internacionais do grupo Renault.
O governador acabava de voltar de Brasília, onde participou da posse dos ministros do presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB). Lerner voltou a defender a aliança entre PSDB e PFL. ''Governabilidade não é só vencer a eleição e ter maioria no Congresso, é chegar ao equilíbrio social''.
Aliados próximos ao governador disseram à Folha que Lerner tem sofrido pressões para se desincompatibilizar e ficar como ''reserva'' do partido. Apesar disso, avaliam seus aliados, o governador tem grande interesse em terminar o mandato, deixando o Palácio Iguaçu somente no dia 31 de dezembro.