A Polícia Federal afirmou nesta quarta-feira que foi um erro ter mencionado o nome do atual diretor de Abastecimento da Petrobras, José Carlos Cosenza, entre os beneficiários do esquema de corrupção investigado pela Operação Lava Jato. "Em relação ao quesito que figurou em alguns interrogatórios, por erro material, constou o nome de Cosenza em relação a eventuais beneficiários de vantagens ilícitas no âmbito da Petrobras", afirmou o delegado da PF responsável pela Lava Jato, Márcio Adriano Anselmo, ao juiz da 13ª Vara Criminal Federal de Curitiba, Sergio Fernando Moro, que cobrou provas do envolvimento de Cosenza no caso.
"Cumpre esclarecer que não há, até o momento, nos autos, qualquer elemento que evidencie a participação do atual diretor no esquema de distribuição de vantagens ilícitas no âmbito da Petrobras", escreveu o delegado. José Carlos Cosenza sucedeu Paulo Roberto Costa, um dos presos da Lava Jato que já firmou acordo de cooperação com as autoridades, na Diretoria de Abastecimento da petroleira. Nesta semana, Cosenza entrou para a lista de protagonistas do escândalo após seu nome ser mencionado no interrogatório de alguns presos pela PF.
"Paulo Roberto e Youssef [o doleiro, Alberto Youssef] mencionaram o pagamento de comissões pelas empreiteiras que mantinham contratos com a Petrobras para si, para os diretores Duque, Cerveró e [José Carlos] Cosenza, e para agentes políticos, confirma?", perguntou o delegado de Polícia Federal Agnaldo Mendonça a três executivos presos na sétima fase da Lava Jato, batizada de "Juízo Final". Após o assunto repercutir, o juiz Sergio Moro cobrou, também nesta quarta, explicações da PF. "Acerca de supostos pagamentos efetuados a outro dirigente da Petrobras, José Carlos Cozenza, intime-se a autoridade policial para esclarecer se, de fato, há alguma prova concreta nesse sentido, uma vez que até o momento este Juízo não foi informado de nada a esse respeito". O documento anexado por Márcio Anselmo ao processo foi uma resposta a essa solicitação do juiz.