Na apresentação do documento de posicionamento do setor agropecuário para a Rio+20, a senadora Kátia Abreu (PSD-TO)criticou nesta segunda-feira o rigor da atuação de ambientalistas no País e afirmou que a presença dos produtores rurais na conferência mundial ajuda a popularizar a discussão.
"Alguns ambientalistas colocaram um Muro de Berlim entre as pessoas e a floresta. Nós estamos aqui derrubando este muro e aproximando as pessoas das florestas e dos biomas. Pela primeira vez, estamos aqui (na conferência mundial), pois há 20 anos nem sequer visitamos a Eco-92", afirmou a líder da bancada ruralista no Senado.
Presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), ela reafirmou a intenção da entidade de lançar o índice global de desenvolvimento sustentável e de um fundo para a difusão de tecnologias para produtores rurais. "Planejamos lançar o índice posteriormente à Rio+20. Queremos que, a exemplo do IDH, sejam avaliados componentes ambientais e sociais", afirmou Kátia Abreu, que evitou falar em uma agenda específica. "Estamos participando da conferência, mas as decisões são tomadas pelos chefes de Estado. São eles quem implementam esse calendário."
A senadora voltou a defender também a criação de áreas de preservação permanente (APPs) mundiais. Segundo ela, no entanto, o Fundo de Desenvolvimento Sustentável de US$ 30 bilhões para fomentar a economia verde, que ficou de fora do rascunho do documento final da Rio+20, seria insuficiente.
"O desenvolvimento sustentável tem custos muito altos e precisamos colocar uma coisa mais ampla do que apenas plantar árvores. E não adianta fazermos apenas no nosso País, se isso não for adotado no exterior. As normas brasileiras são rígidas e precisam ser testadas fora", afirmou a senadora.