A Justiça Federal do Paraná decretou, nesta quinta-feira, a quebra do sigilo bancário da Petrobrás, de outras três empresas e de sete pessoas físicas envolvidas na Operação Lava Jato, da Polícia Federal, que investiga um esquema de lavagem de dinheiro e evasão de divisas que teria movimentado cerca de R$ 10 bilhões que, teria um de seus braços de atuação nos contratos da Petrobras.
Além da Petrobras, o despacho do juiz federal Sério Fernando Moro, da 13ª Vara Federal de Curitiba, autoriza o Ministério Público Federal a acessar as contas da Sanko Sider Comércio e Importação de Produtos Siderúrgicos, da Sanko Serviços de Pesquisa e Mapeamento e da GFD Investimentos. Além disso, o juiz deferiu a quebra do sigilo das transferências feitas pela Petrobras à Camargo Correa e ao Consórcio Nacional Camargo Correa. Entre as pessoas físicas com o sigilo quebrado estão o ex-diretor da companhia Paulo Roberto Costa, preso desde março, suas filhas e seus genros.
O objetivo da quebra de sigilo solicitada pelo MPF é tentar apurar o rastro do dinheiro usado para construir a refinaria pernambucana de Abreu de Lima, empreendimento alvo de investigação por suspeita de superfaturamento. As investigações da operação Lava Jato tentam identificar relação entre os recursos da obra da refinaria pernambucana e o esquema fraudulento coordenado pelo doleiro Alberto Yousseff, também preso pela Polícia Federal.
A decisão dá prazo de 20 dias para que a Petrobras apresente o resultado da quebra de sigilo, discriminando as transferências, as data, os valores e as contas envolvidas na construção refinaria.