Política

Justiça mantém prisão preventiva de Carlinhos Cachoeira

05 abr 2017 às 20:14

O Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF2) manteve, por unanimidade, a prisão preventiva de Carlos Augusto de Almeida Ramos (Carlinhos Cachoeira), investigado na Operação Saqueador. A força-tarefa da Operação Lava Jato no Rio de Janeiro acusa Cachoeira de operar um esquema de lavagem de dinheiro que movimentou mais de R$ 370 milhões provenientes de recursos públicos desviados. Atualmente, ele cumpre prisão domiciliar concedida pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ).

Em parecer contra o habeas corpus de Cachoeira, a Procuradoria Regional da República da 2ª Região diz que a conexão entre as apurações da Operação Saqueador e da Operação Calicute, que investiga o esquema criminoso liderado pelo ex-governador Sérgio Cabral, reforçam a necessidade de se manter a prisão preventiva do réu, ao contrário do que argumenta sua defesa.


"São diversos os vínculos da organização criminosa investigada pela Saqueador com outros procedimentos criminais conexos investigados neste juízo, como a Calicute", sustenta a procuradora regional da República Mônica de Ré. "A prisão cautelar deve ser mantida, pois o contexto de sua decretação não se alterou".


Ainda na tarde de hoje (5), a 1ª Turma do TRF2 julgou improcedente, também por unanimidade, os pedidos feitos por Pedro Ramos de Miranda, ex-assessor considerado o "faz tudo" de Cabral, de transferir da 7ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro a competência para julgá-lo e anular a denúncia recebida contra ele.


Segundo a Procuradoria Regional da República da 2ª Região, as apurações feitas pela Operação Calicute, desdobramento da Saqueador, deixaram clara a participação de Pedro Ramos no esquema. "O réu fazia transporte de grande quantidade de dinheiro em espécie para realizar o pagamento de joias, buscando ocultar a origem dos recursos", diz o parecer.

Outro réu na Operação Calicute, Luiz Paulo Reis, preso preventivamente por sua atuação como "testa de ferro" do ex-secretário estadual de obras Hudson Braga, também teve habeas corpus negado pelo TRF2 e seguirá preso. Em sua argumentação, a Procuradoria da República destaca que a "evolução patrimonial excepcional das empresas pertencentes a Reis desde a entrada de Braga nesses negócios é uma das evidências de sua participação no esquema de ocultação de valores".


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