A 5ª Vara Cível de Londrina começou a julgar, nesta terça-feira (29), parte dos réus de um caso que ficou conhecido na cidade como Antissepsia, desencadeado em maio do ano passado, relacionado a um esquema de desvio de dinheiro público da área da saúde municipal. Segundo denúncia do Ministério Público (MP), agentes públicos, conselheiros de saúde e empresários se utilizaram de duas entidades - institutos Gálatas e Atlântico - para desviar milhões de reais dos cofres do município.
Nesta terça, a Justiça começou a apurar parte do processo que envolve os nomes de Bruno Valverde, presidente do Instituto Atlântico na época do escândalo, e do publicitário Ruy Nogueira, suposto lobista, que teria forçado a contratação da entidade junto à Prefeitura de Londrina.
Valverde chegou a dizer, em depoimento ao MP, que a mulher do prefeito Barbosa Neto, Ana Laura Lino, e Nogueira teriam intermediado a contratação do Instituto Atlântico, mas em troca exigido o pagamento de R$ 300 mil pelo 'serviço'.
Apenas os advogados das partes compareceram à audiência desta terça-feira. Fábio Martins, advogado de Ruy Nogueira, informou que o processo de cobrança é legal e que ele não está relacionado a possíveis cobranças de propina. "É um serviço que foi prestado", disse em entrevista à rádio CBN Londrina.
Nogueira teve a prisão decretada e foi considerado foragido, mas não chegou a ser preso, pois conseguiu habeas corpus. Segundo o advogado do publicitário, não há fatos que comprovam que o cliente dele tem relação com o esquema. "Ele só fez um serviço de publicidade para o instituto", resumiu.
Já o advogado de Valverde, Vinícius Borba, alegou que o cliente dele nunca firmou contrato de publicidade com Ruy Nogueira. Ele admitiu que o publicitário intermediou a contratação do Instituto Atlântico com a Prefeitura de Londrina, mas descartou que a questão foi 'oficializada' como serviço em um contrato. "Não reconhecemos a dívida", destacou.
A primeira-dama Ana Laura Lino, o prefeito Barbosa Neto, o chefe de gabinete da prefeitura, Rogério Lopes Ortega, e o ex-secretário de Gestão, Marco Cito, devem ser ouvidos neste processo como testemunhas. No entanto, a 5ª Vara Cível ainda não agendou as oitivas. (com informações da rádio CBN Londrina)