O Plenário da Câmara absolveu na noite desta quarta-feira (19) o deputado José Mentor (PT-SP) no processo de cassação de mandato por quebra de decoro parlamentar. Mentor respondia processo por ter recebido R$ 120 mil das empresas de Marcos Valério de Souza, acusado de ser o principal operador do chamado "mensalão" (esquema de pagamento de parlamentares em troca de apoio ao governo).
Apenas 432 deputados compareceram ao plenário para a votação (81 faltaram). Desses, 241 votaram a favor da cassação, 175 pela absolvição. Eram necessários no minimo 257 votos favoráveis para que Mentor fosse cassado. Se abstiveram oito deputados, seis votaram em branco e dois anularam os votos. Com o resultado, o processo será arquivado.
O Conselho de Ética havia recomendado ao Plenário, por nove votos a quatro, a cassação do deputado José Mentor. O petista assumiu ter recebido os R$ 120 mil, mas como pagamento de serviços advocatícios prestados por seu escritório. Ele nega que tenha recebido recursos do "valerioduto".
"Em nenhum momento, durante a investigação, meu nome foi mencionado, nem apareceu na lista dos sacadores do Banco Rrual", disse. Segundo ele, os valores recebidos foram declarados à Receita Federal. "É inconcebível que se questione a origem dos recursos, uma vez que todos os procedimentos legais foram seguidos, inclusive o recolhimento de impostos", afirmou.
Com a absolvição de José Mentor, já são nove deputados acusados de envolvimento no "mensalão" absolvidos pelo Plenário da Câmara. Três dos processados foram cassados: Roberto Jefferson (PTB-RJ), José Dirceu (PT-SP) e Pedro Corrêa (PP-PE).
Ainda faltam ser apreciados pelo Plenário os processos de cassação dos seguintes deputados acusados de envolvimento com o "mensalão": Josias Gomes (PT-BA), cujo processo já foi aprovado pelo Conselho de Ética, Vadão Gomes (PP-SP) e José Janene (PP-PR), que ainda dependem de votação no Conselho de Ética.
Informações da ABr