O secretário especial de gabinete, Gerson Guelmann, confirmou ontem ter feito uma ligação para o cabo Luiz Antonio Jordão na última sexta-feira. Mas negou que tenha oferecido dinheiro em troca do silêncio do cabo da Polícia Militar. Disse apenas que ofereceu auxílio jurídico e assistência. A ligação teria tido como testemunha o secretário de Estado de Governo, José Cid Campêlo Filho. "Coloquei na viva-voz para fazer questão que o Cid Campêlo acompanhasse nossa conversa", declarou.
Guelmann contou que contratou o técnico em telefonia Gilberto Maria Gonçalves em 1994, na primeira campanha de Jaime Lerner para o governo do Estado. "Nós precisávamos de uma central telefônica e ele foi contratado. Fez bem o trabalho e acabou ficando com a gente", afirmou. Gonçalves foi exonerado no último dia 9 de abril sob suspeita de espionagem comercial.
O secretário afirmou ainda que na oportunidade em que o cabo Luiz Antonio Jordão esteve em sua casa, durante a última campanha eleitoral, para fazer uma varredura na linha telefônica, estava sendo ameaçado de morte. Ele disse ter chamado Gilberto Gonçalves no mesmo dia para colocar identificadores de chamadas. "Quando Jordão diz que viu o Gilberto chegar com gravadores e equipamentos de escuta é porque ele não prestou atenção. Eram identificadores de chamadas e pedi para que fossem instalados no mesmo dia", argumentou.
Quanto aos panfletos do PMDB que teriam sido recolhidos no interior do Estado, Guelmann negou que tenha tido conhecimento por meio de grampos ou escutas telefônicas. Ele disse que recebeu uma denúncia e realmente foi montada uma operação para evitar que os jornais "caluniosos" fossem distribuídos. "Fizemos uma operação para recolher os panfletos apócrifos e conseguimos. O fato realmente ocorreu, mas a origem não está correta", complementou.