O advogado Vinícius Antônio Gasparin - representante da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-PR) no processo de busca e apreensão de supostas escutas clandestinadas ligadas ao gabinete da ex-secretária de Estado da Administração, Maria Elisa Paciornik - foi ouvido pela Comissão de Alto Nível do governo do Estado que oficialmente investiga as denúncias de grampos em prédios públicos e isentou o advogado José Maria Martins do Nascimento de responsabilidade na escuta telefônica.
Em outubro de 1999, técnicos da Telepar encontraram um "desvio" da linha do telefone do gabinete de Maria Elisa que levava até o escritório de advocacia de Nascimento, no bairro do Centro Cívico, em Curitiba.
Gasparin falou no depoimento que foi feita uma busca com o auxílio de policiais, oficial de Justiça, promotores de investigações criminais no dia 26 de novembro de 1999. De acordo com ele, nada foi encontrado dentro do escritório de Nascimento. Ele confirmou porém a existência de escuta na caixa de telefone que fica no segundo andar do prédio, mas no corredor. "Qualquer pessoa pode ter acesso a esta caixa de telefone. Não existe qualquer indício que a escuta possa ter sido feita pelo advogado. Os fios ficam todos soltos", argumentou.
Ele responsabilizou a Telepar Brasil Telecom pela fragilidade do sistema de segurança de caixas de telefone. "Procuramos provas dentro do escritório do advogado por quatro horas. Não encontramos nada", disse.
O secretário de Estado de Segurança Pública, José Tavares, ficou convencido de que Nascimento não tem qualquer participação no caso. "Houve mesmo uma escuta clandestina no gabinete de Maria Elisa. Mas a comissão não tem nomes", avaliou. Na próxima semana, os integrantes da comissão deverão se reunir para definir um cronograma de ações para os próximos dias e elaborar um relatório sobre o caso. O trabalho de investigação da comissão está previsto para terminar no dia 8 de junho.