A PIC (Promotoria de Investigações Criminais), que investiga as denúncias de escutas telefônicas ilegais no Palácio Iguaçu, apreendeu equipamentos de escuta telefônica e documentos nas residências do ex-funcionário do Palácio Iguaçu, Gilberto Maria Gonçalves, e do gerente do departamento de Segurança da Telepar Brasil Telecom e proprietário da Defense Assessoria e Consultoria de Segurança, Edgar Fontoura Filho.
Segundo Vani Bueno, promotor da PIC, na casa de Gonçalves, no Bairro Alto, em Curitiba, foram apreendidos um armário de central de telefonia com capacidade para dois mil troncos telefônicos ou cinco mil ramais. "O valor é altíssimo", disse Bueno, que não sabe o valor exato. "Temos que falar com a Siemens". "Estava com ele (Gonçalves) sem justificativa, sem nenhum documento", disse o promotor.
De acordo com ele, teria sido cedido ao Palácio Iguaçu para ser utilizado no comitê de campanha do PFL. Foram apreendidos ainda cinco equipamentos de misturador de voz, que serviriam como anti-grampos. Bueno disse que achou estranho Gonçalves manter em sua casa um aparelho tão caro sem documento
O material foi enviado para a Central de Inquéritos e será submetido a perícia técnica. O mandado de busca e apreensão foi expedido pela Justiça.
O promotor Luis Eduardo Silveira Albuquerque, da PIC, relatou que na casa de Edgar Fontoura foram encontrados materiais que poderiam servir para fazer grampos, além de documentos confidenciais com o timbre da Telepar. Albuquerque disse que a PIC também foi à casa de Jefferson Martins Storrer (que trabalha com Fontoura na Defense e na Telepar), mas nada foi encontrado.
O chefe da PIC, Dartagnan Abilhôa, classificou como de "altíssima gravidade" o fato de terem sido encontrados equipamentos e documentos nas residências de Fontoura e Gonçalves. "Vamos ouvir os responsáveis pelo comitê do PFL e também a direção da Telepar", garantiu Abilhôa. O chefe da PIC calculou que o armário de central de telefonia seria suficiente para dar conta de uma população de vinte mil habitantes.
O relator da CPI da Telefonia, deputado Algaci Túlio (PTB), disse que parte dos equipamentos encontrados na casa de Gonçalves tinham adesivos do comitê da campanha do prefeito Cassio Tanigichi (PFL) - reeleito no segundo turno no ano passado.
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