Política

Grampos: Guelmann pede quebra de sigilo de acusadores

11 mai 2001 às 16:06

O assessor especial de gabinete do governador Jaime Lerner, Gerson Guelmann, pediu aos representantes da Comissão de Alto Nível do governo do Estado - criada oficialmente para apurar o envolvimento de servidores civis e militares em grampos e escutas clandestinas no Palácio Iguaçu e órgãos públicos -, a quebra do sigilo telefônico dos envolvidos no caso.

Ele quer que sejam quebrados os sigilos do cabo Luiz Antonio Jordão (militar acusado de envolvimento em escutas comerciais e principal acusador de Guelmann), do advogado criminalista Peter Amaro de Sousa e do Setor de Transporte Aéreo (STA) da Casa Militar. Ele pede que a quebra do sigilo telefônico seja feita na residência dos supostos envolvidos, escritório advocatício e telefones celulares.


Guelmann afirmou ter informações precisas de que funcionários do STA teriam ouvido toda a negociação para que a empresa Ocidental Distribuidora de Petróleo fosse grampeada. Trocas de fax e informações teriam sido realizadas no STA, onde Jordão e o soldado Afrânio de Sá trabalhavam. "Gostaria que esta comissão fosse a fundo nas investigações. Tenho certeza que iríamos descobrir muita coisa que ainda não veio à tona. Eu não tenho nada a temer", declarou ele, durante uma hora e meia de depoimento.


O secretário inverteu o rumo das investigações e acusou o advogado criminalista Peter Amaro de Sousa (que atualmente defende os militares acusados de envolvimento com escutas clandestinas) de ter tido participação ativa no grampo da Ocidental. "O mandante do grampo da Ocidental foi que inventou tudo isto. Há um claro envolvimento do advogado nestes grampos. Só ainda não ficou claro para mim a participação do empresário Naum Galperin", disse ele.


A comissão que ouviu o depoimento de Guelmann é composta por representantes do próprio governo do Estado (o secretário de Estado da Segurança Pública, José Tavares; o procurador Geral do estado, Joel Coimbra; o delegado Marco Antônio Lagana; e o coronel Aramis Serpa, comandante do Policiamento da Capital) e do Ministério Público (o promotor de investigações criminais, Vani Bueno).

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