Política

Grampos: Guelmann depõe para "defender a honra"

26 abr 2001 às 15:46

O Secretário Especial da Chefia de Gabinete, Gerson Guelmann, prestou depoimento por mais de duas horas, em Curitiba, no inquérito que investiga a escuta telefônica encontrada no gabinete da ex-secretária de Estado da Administração, Maria Elisa Paciornik, em outubro de 1999.

"Fui convidado para depor, não sou réu. Estão tentando fazer de uma espionagem comercial um fato político. Meu depoimento não acrescentou nada. Apenas defendi minha honra", disse o secretário que foi acusado de ser comandante de um esquema de escutas telefônicas dentro e fora do Palácio Iguaçu.


Guelmann admitiu que também poderá depor na CPI das telecomunicações caso seja convocado. "Não tenho porque fugir. Sou uma pessoa transparente e tenho a serenidade de quem não tem nada a dever".


O depoimento do secretário especial de Chefia de Gabinete do Palácio Iguaçu, Gerson Guelmann, foi marcado por desencontros e uma espera de mais de quatro horas. Inicialmente agendado para ocorrer no 3º Distrito Policial de Curitiba, onde a imprensa esteve no início da manhã, o depoimento ocorreu de forma reservada no escritório do advogado Dirceu Andersen Júnior.


Guelmann explicou que foi escolha sua o depoimento no escritório do advogado. Ele disse que não quis ser ouvido no Palácio Iguaçu porque não quer que as investigações ganhem repercussão política. "Este é um problema que não diz respeito ao governo do Estado. É um caso de espionagem comercial, ocorrido a 25 quilômetros do Palácio Iguaçu", argumentou. "As insinuações que estão sendo feitas só tem um objetivo: enrolar o governo nos fios dessa escuta telefônica".


O secretário rebateu as insinuações feitas pelo advogado criminalista Peter Amaro de Sousa (que defende os militares citados como mandantes do grampo telefônico encontrado na Ocidental Distribuidora de Petróleo, em Araucária e no gabinete de Maria Elisa) de que ele teria participação nos grampos do Palácio Iguaçu. "O advogado que fez acusações à minha pessoa é o mesmo que atende a empresa concorrente da que foi grampeada em Araucária. Se existe alguém que deve explicações à polícia, não sou eu", afirma.

Leia mais sobre o assunto na Folha do Paraná/Folha de Londrina desta sexta-feira


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