Política

Grampos: Guelmann balança e Lerner cria Comissão

02 mai 2001 às 19:54

O assessor especial do governador Jaime Lerner (PFL), Gerson Guelmann, pediu demissão nesta quarta-feira, mas o governador não aceitou. O pedido de afastamento veio depois de duas semanas de crise no Palácio Iguaçu, deflagrada pelas denúncias do cabo da PM Luiz Antonio Jordão, afastado da Casa Militar e considerado peça-chave no escândalo das escutas ilegais na sede do governo do Paraná.

O cabo Jordão nega envolvimento com grampos e afirma que Guelmann estaria envolvido no esquema de escutas clandestinas. O assessor do governador também nega que esteja envolvido.


Nesta tarde, Guelmann entregou pessoalmente ao governador uma carta autorizando a quebra de seu sigilo bancário, fiscal e telefônico. Segundo informou fonte da Folha no Palácio Iguaçu, durante a conversa com Lerner, Guelmann disse que gostaria de entregar o cargo. Amigo pessoal do secretário, o governador teria dito que seu afastamento estaria fora de cogitação.


O chefe da Casa Militar, coronel Luis Antônio Borges Vieira, também aurorizou a quebra dos sigilos bancários, fiscal e telefônico. Segundo o cabo Jordão, o coronel Vieira saberia da existência dos grampos.


O governador assinou decreto criando uma Comissão Especial de Investigação (CEI) para apurar as denúncias de escutas telefônicas clandestinas em repartições públicas. A comissão especial veio como resposta à CPI da Telefonia da Assembléia Legislativa, composta por uma maioria oposicionista que pode obter dividendos políticos com o desgaste sofrido pelo Palácio Iguaçu por conta do caso.


A comissão será formada por sete integrantes: o secretário de Segurança Pública, José Tavares (presidente), o procurador-geral do Estado, Joel Coimbra, além de representantes do Ministério Público, da Polícia Civil, da Polícia Militar, da Assembléia Legislativa e OAB/PR (Ordem dos Advogados do Brasil, seção Paraná).


Guelmann disse que colocou o sigilo à disposição porque quer que a verdade prevaleça. "Eu e minha família estamos sofrendo com isso, com a difamação. Quero mostrar que não tenho nada a ver com os grampos", declarou. O secretário não confirmou que tenha pedido afastamento.

Leia mais em reportagem de Maria Duarte, na Folha do Paraná/Folha de Londrina desta quinta-feira


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