Política

Grampos: CPI vai apurar declarações de Guelmann

14 mai 2001 às 18:53

A CPI da Telefonia - que investiga as denúncias de escutas ilegais no Palácio Iguaçu e em comitês eleitorais - promete aprofundar as investigações em torno da fita que o comitê do PFL teria usado para apreender jornais do PMDB na campanha de 1998.

Gerson Guelmann, secretário especial da Chefia de Gabinete do governador Jaime Lerner (PFL), disse à Comissão Especial montada pelo Palácio Iguaçu para, oficialmente, investigar o escândalo dos grampos, que o comitê do PFL recebeu uma fita cassete de conversa do senador Roberto Requião (PMDB), que teria sido grampeada. Guelmann negou que o grampo tenha sido feito a mando do Palácio e disse que o comitê recebeu a fita de um desconhecido.


Nereu Moura (PMDB), membro da CPI, disse a comissão vai "esmiuçar" o episódio. O líder da oposição, Waldyr Pugliesi (PMDB) classificou como "absurdo" o recebimento da gravação. "Será que (a fita) caiu de pára-quedas no comitê?", ironizou Pugliesi.


O senador Roberto Requião disse que a "confissão" de Guelmann, reconhecendo que a apreensão de material de propaganda do PMDB foi feita graças a escutas telefônicas, caracteriza crime de responsabilidade, uma das infrações puníveis com impeachment.


Os advogados do senador calculam que concluem nesta terça-feira a redação do pedido de impeachment de Lerner. Requião vai fundamentar o pedido principalmente nas denúncias de grampos. O pedido também vai fazer referência aos gastos com propaganda de Lerner, os Jogos da Natureza, as privatizações das rodovias, da Sanepar e da Ferroeste, além do aumento da dívida do Estado de R$ 1,4 bilhão (janeiro de 1995) para cerca de R$ 15 bilhões. A Secretaria da Fazenda sustenta que a dívida é de R$ 7,5 bilhões.

Leia mais em reportagem de Maria Duarte, na Folha do Paraná/Folha de Londrina desta terça-feira


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