Política

Grampos: bancários do País se unem contra HSBC

01 jun 2001 às 18:46

Líderes sindicais dos bancários no País se reúnem em Curitiba na próxima sexta-feira para definir as medidas judiciais de âmbito federal contra o Banco HSBC, acusado de espionagem contra o sindicato da categoria na capital e região metropolitana. O Ministério Público Federal receberá um pedido para investigar o caso.

Os sindicalistas também vão remeter a denúncia para a Organização Internacional do Trabalho (OIT). De acordo com o presidente do sindicato em Curitiba, José Daniel Farias, o documento formalizará um protesto "contra a liberdade de atuação sindical".


Farias recebeu ontem o vice-presidente do HSBC no Brasil, David Budd, e o diretor jurídico e de recursos humanos do banco, Antônio Carlos Schwertner.


Eles apresentaram um carta assinada pelo presidente do HSBC no País, Michael Geoghegan, que não reconhece a autenticidade dos relatórios sobre a espionagem exercida no sindicato apresentados esta semana na CPI da Telefonia. Apesar do embate, Farias e os representantes da instituição falaram sobre a continuidade das negociações na área trabalhista. "Esperamos que as relações não se rompam", disse o sindicalista.


Sobre a resposta de Geoghegan, que contestou mais uma vez a veracidade dos documentos, Farias preferiu ser irônico: "Isso é conversa para inglês ver". O presidente do sindicato disse que o problema com o HSBC "não é apenas com relação ao grampo, mas a devassa que os dirigentes sofreram em suas vidas pessoais e o atentado à liberdade sindical".


O Ministério Público do Trabalho deverá receber nova denúncia contra o HSBC. Candidatos a funcionários com reclamatórias trabalhistas de outras empresas não teriam chance de admissão no banco. A assessoria de imprensa da instituição negou a prática. Segundo a assessoria, o banco faz apenas uma pesquisa que confirme ou não se o pretendente ao emprego tem ou não antecedentes criminais.


Na tarde de ontem, o Banco Central designou em Brasília um técnico para acompanhar as investigações sobre o grampo no sindicato.

O corregedor da Polícia Civil, Adauto Abreu de Oliveira, disse que a lista contendo o nome dos delegados que recebiam dinheiro do banco pode ser maior. Adauto afirmou que tem informações de que os pagamentos não se limitaram à relação apresentada à CPI. Ele aguarda que a direção do banco envie todos os originais de recibos de pagamentos a autônomos.


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