Veja os destaques dos principais jornais nacionais desta terça-feira sobre a crise desencadeada pelas denúncias da revista Veja sobre irregularidades na privatização da Vale do do Rio Doce.
A revista apontou um caso de propina no processo de privatização da companhia envolvendo um ex-tesoureiro de José Serra e eindicou um suposto caixa 2 nas campanhas do tucano ao Senado e à prefeitura de São Paulo.
Folha de São Paulo
O risco-país, que mede o risco de investir no Brasil, subiu 3,3% e atingiu 908 pontos - o maior desde 4 de dezembro. Os investidores internacionais temem o impacto de denúncias contra o Governo na candidatura de José Serra.
Mais um banco, o Goldman Sachs, reduziu a recomendação para a compra de papéis brasileiros. Cinco bancos já tomaram essa medida devido à incerteza causada pelas eleições. Outros cinco mantiveram suas avaliações.
O Estado de São Paulo
O presidente Fernando Henrique Cardoso considerou "requentado" o caso sobre suposto pedido de propina na privatização da Companhia Vale do Rio Doce. Ele fez a afirmação em entrevista exclusiva à Rádio Eldorado. FHC assumiu o comando de operação para tentar impedir que a crise se amplie. A ofensiva começaria ontem, em jantar no Palácio da Alvorada com líderes do PFL e do PSDB.
O Globo
O Ministério Público Federal pedirá hoje à Receita a ampliação da devassa que está sendo feita no patrimônio do ex-diretor do Banco do Brasil Ricardo Sérgio de Oliveira, que teria cobrado R$ 15 milhões de comissão do empresário Benjamin Steinbruch na venda da Vale. Também será ampliado o pedido de quebra do seu sigilo bancário e fiscal.
A Corregedoria Geral da União, depois de quatro anos, decidiu investigar o caso para apurar se os cofres públicos foram lesados. O presidente Fernando Henrique disse que as denúncias são requentadas mas defendeu a investigação.
Jornal do Brasil
O Governo se esforçou ontem para minimizar prejuízos à candidatura de José Serra em conseqüência das denúncias contra Ricardo Sérgio de Oliveira, ex-diretor do Banco do Brasil e tesoureiro de campanhas do presidenciável tucano.
O presidente Fernando Henrique classificou como "diz-que-diz" a acusação de que o executivo teria cobrado propina de R$ 15 milhões de um empresário que disputava a privatização da Vale, em 1997.
Para Serra, tudo não passa de "trololó eleitoral". Para garantir o esvaziamento da crise, o Planalto tentará impedir que o ministro da Educação, Paulo Renato, e o ex-ministro das Comunicações Mendonça de Barros, testemunhas do caso, sejam chamados para depor no Congresso.
Correio Braziliense
Uma conjugação de interesses políticos diversos deu fôlego à candidatura de José Serra à Presidência da República pelo PSDB. Quarenta e oito horas depois da publicação pela "Veja" de que Ricardo Sérgio, ex-diretor do Banco do Brasil, pediu R$ 15 milhões de propina ao empresário Benjamin Steinbruch, os partidos - com exceção do PFL - se mobilizaram para evitar desgastar Serra a ponto de levar à substituição do seu nome. Eles chegaram à conclusão que é melhor mantê-lo como candidato.
O PT, por exemplo, já o considera o melhor adversário a ser derrotado. A idéia de uma CPI para investigar o caso, assim, perde força. O PFL ainda quer abalar Serra, mas teme que o aprofundamento da investigação desgaste o Governo.
Os líderes políticos, porém, não combinaram a tática com o Ministério Público, que já descobriu os indícios de como teria sido paga propina a Ricardo Sérgio, também ex-tesoureiro das campanhas de Serra ao Senado e à prefeitura de São Paulo, na privatização das empresas de telefonia.
Zero Hora
Os procuradores federais que investigam as suspeitas contra o ex-diretor do Banco do Brasil, Ricardo Sérgio de Oliveira, estão empenhados em garantir a instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) sobre a privatização da Companhia Vale do Rio Doce.
Como parte da estratégia, pretendem divulgar, gradualmente, pela imprensa, novas denúncias contra o economista.