Política

Governo quer cortar R$ 12 milhões nos gastos com pessoal

17 abr 2001 às 11:51

O governo do Estado vai implantar um novo sistema de informática para gerenciamento de recursos humanos, aumentando o controle sobre a folha de pagamento. Cálculos da Secretaria de Administração apontam que a mudança deve possibilitar uma economia mensal média de 5% na folha, que alcança R$ 250 milhões (Executivo, Legislativo e Judiciário). Somente os servidores do Executivo consomem R$ 170 milhões ao mês. A modernização - que deve estar totalmente implantada em um ano e meio - é mais uma forma de o governo segurar as despesas.

Na semana passada, o secretário da Administração, Ricardo Smijtink, conseguiu junto ao Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) a aprovação do novo sistema, que vai custar R$ 17 milhões. O sistema paranaense (Programa Estadual de Gestão de Recursos Humanos) foi incluído no Programa Nacional de Apoio à Administração Fiscal para os Estados Brasileiros (PNAF), que recebe recursos do BID. "O programa vem ao encontro dos objetivos da Lei de Responsabilidade Fiscal", disse Smijtink. A LFR está em vigor desde maio do ano passado, obrigando os administradores públicos a controlarem com maior rigor o caixa.


O sistema atual utilizado pela Administração foi implantado há 24 anos e pode ser considerado ultrapassado. Por ser fragmentado em diversos aplicativos, não permite uma visão conjunta dos relatórios gerenciais integrais da folha. Isso dificulta o gerenciamento de recursos. Eventuais irregularidades nos salários ou nos processos de pagamento são detectadas por auditorias realizadas mensalmente - ainda por processos manuais.


O secretário explicou que o novo modelo vai trazer maior segurança contra erros de digitação e tornar possível a obtenção de dados mais exatos sobre o impacto de aumentos de salários no total da folha, além de informações antecipadas do aumento do número de aposentadorias, entre outros pontos. Também permite que sejam desenvolvidas políticas de avaliação de desempenho dos servidores, incluindo informações sobre projetos, propostas e trabalhos.


O governo do Estado adotou diversos mecanismos de contenção de gastos na tentativa de equilibrar o caixa. As férias coletivas compulsórias (de 2 a 12 de janeiro) renderam economia de R$ 9 milhões aos cofres públicos. A implantação do turno único (das 12h30 às 19 horas) deve poupar R$ 20 milhões ao ano. Foram cortados ainda gastos com cargos em comissão.

Mesmo com essas medidas, fontes próximas ao Palácio Iguaçu consideram que a situação das finanças é crítica. A Secretaria da Fazenda admite dívida de R$ 7,5 bilhões, mas nega que o governo tenha dificuldades financeiras. O secretário da Fazenda e presidente da Copel, Ingo Hubert, garante que o governo tem dinheiro para pagar as contas. O presidente da Assembléia Legislativa, Hermas Brandão (PTB), afirma que em três meses o Estado pode estar sem caixa para pagar a folha de servidores, que soma 205 mil funcionários (ativos, inativos e pensionistas).


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