A taxa recorde de desemprego registrada em abril na região metropolitana de São Paulo é "rescaldo de um incêndio" gerado na gestão de Fernando Henrique Cardoso e o cenário será outro até o final do ano.
Assim o governo explicou o índice divulgado nesta quarta pelo pelo Seade/Dieese, que aponta que 20,6% da PEA (População Economicamente Ativa) sofre com o desemprego em São Paulo.
Em entrevista hoje na capital paulista, o ministro Guido Mantega (Planejamento) atribuiu o quadro aos "erros da política econômica" do governo anterior e prometeu reverter o cenário no segundo semestre do ano com um "surto de crescimento".
"Esse é o rescaldo do incêndio que nós já apagamos e temos a perspectiva de reverter esse quadro. No segundo semestre já estará sendo revertido. O desemprego vai tender a diminuir assim que houver uma reação dos investimentos. Terminaremos o ano de uma maneira muito melhor daquela que terminamos no ano passado", disse Mantega, que participou da reunião de instalação do grupo temático "Fundamentos Estratégicos para o Desenvolvimento", na sede da Federação do Comércio de São Paulo.
Fazendo coro às declarações do ministro José Dirceu (Casa Civil) na semana passada, Mantega defendeu o modelo de política econômica adotado pelo governo de Luiz Inácio Lula da Silva que, segundo ele, "foi obrigado a colocar o pé no freio da economia para debelar a inflação e só assim retomar o crescimento".
O ministro disse ainda que o governo está criando condições para superar o quadro de estagnação da atividade econômica, mas que o objetivo "não seria aplicar um analgésico e sim resolver a situação de uma vez por todas".