O governo do Estado promete atender integralmente às reivindicações do Ministério Público estadual. A informação é do secretário-chefe da Casa Civil, Alceni Guerra. O Ministério Público cobrou na última terça-feira segurança policial ininterrupta nos prédios que abrigam as Promotorias de Investigações Criminais (PICs) em Curitiba, Londrina e Maringá, além de um prédio novo para a PIC da Capital, equipamentos e armamentos.
A iniciativa do MP foi tomada depois que um incêndio criminoso destruiu na sexta-feira, dia 29, volume considerável de processos, provas e diversos documentos relativos às investigações em torno do crime organizado que estavam guardados na PIC de Curitiba. O procurador geral do MP, Marco Antônio Teixeira, disse na ocasião que nestas três cidades estão em andamento investigações de muita repercussão, envolvendo políticos e empresários, o que justifica a necessidade de reforço policial.
A Promotoria da Capital, que teve suas instalações na rua Agostinho de Leão Júnior danificadas pelo fogo, está provisoriamente instalada na rua Tibagi.
Segundo Alceni Guerra, a PIC de Curitiba terá um prédio novo, segurança reforçada e receberá equipamentos (materiais de comunicação, informática e locomoção). "A PIC também terá seus trabalhos institucionalizados através de decreto", disse o secretário.
O secretário da Segurança Pública, José Tavares, disse ontem que solicitou às Polícias Militar e Civil os levantamentos necessários para viabilizar os pedidos do MP. "Todos os pedidos estão sendo avaliados e a secretaria vai atender tudo o que for possível, dentro das possibilidades financeiras e observando as formalidades legais", garantiu. Para fornecer armamentos, é preciso a autorização do Comando Militar do Exército, em Brasília.
Segundo o secretário, um dos primeiros pedidos a serem atendidos será o de fornecer armas mais simples. "O processo de licitação para compra de coletes à prova de balas e outros equipamentos já está aberto", anunciou. A aquisição de equipamentos de segurança é um dos itens onde serão investidos os R$ 15 milhões liberados pelo governo federal, através do Plano Nacional de Segurança. Tavares disse que a secretaria cedeu, desde abril de 2000, nove policiais do quadro da Segunda Seção do Estado Maior da PM, cinco viaturas e armamentos para fazer a segurança do prédio da PIC.
O secretário da Administração, Ricardo Smijtink, passou a tarde de ontem buscando um local para acomodar a PIC, mas até o final da tarde ainda não havia definição. O local mais cotado é um dos prédios no Centro Cívico (Afonso Camargo ou Munhoz da Rocha), onde estão hoje as secretarias de Ensino Superior, Criança e Assuntos da Família, Planejamento, entre outras.
"Essas pastas poderiam ser deslocadas para o conglomerado Banestado, no Santa Cândida, o que abriria espaço para acomodar todo o Ministério Público e a PIC", explicou Smijtink. Entretanto, o Itaú, novo controlador do Banestado, ainda não liberou toda a área. Smijtink, que está negociando com o Itaú a utilização de partes do conglomerado, acredita que até junho o problema estará solucionado.