O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, iniciou a coletiva de imprensa para comentar os últimos desdobramentos da Operação Lava Jato ressaltando, logo no início da entrevista, que o governo não teve acesso ao conteúdo da delação premiada do dono da empreiteira UTC, Ricardo Pessoa, por seu conteúdo estar sob sigilo legal. Mesmo assim, destacou o ministro, o governo não poderia "deixar de firmar uma posição, nem de informar à opinião pública" sobre o que foi noticiado.
"Vários órgãos de imprensa divulgaram informações que, em tese, diziam respeito a uma delação premiada homologada pelo STF (Supremo Tribunal Federal) do presidente de uma empreiteira, a UTC, senhor Ricardo Pessoa. É importante frisar que essa delação está em sigilo legal e, portanto, o governo, o Ministério da Justiça não têm acesso aos seus termos. Razão pela qual nós não podemos afirmar a veracidade de se consta ou não dessa declaração, o dessa delação premiada, as informações colocadas pela imprensa", enfatizou Cardozo.
"Todavia, não poderíamos deixar de firmar uma posição, nem de informar à opinião pública a fatos e circunstâncias que dizem respeito ao que é noticiado pela imprensa, sem que saibamos o que consta na delação premiada do senhor Ricardo Pessoa", acrescentou.
Em seguida, o ministro informou que seu colega, o ministro da Secretaria de Comunicação Social, Edinho Silva, iria falar sobre o assunto, até porque havia sido citado na delação. "Assim sendo, até por ter sido citado pela imprensa, nós teremos a oportunidade de ter aqui no Ministério da Justiça o ministro Edinho Silva que então falará com os senhores acerca dos fatos divulgados pela imprensa e que efetivamente dizem respeito a ele e à sua atuação como tesoureiro". Edinho Silva foi tesoureiro da campanha pela reeleição da presidente Dilma Rousseff em 2014. Neste momento, ele concede entrevista, ao lado do ministro Cardozo.