O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, disse nesta sexta-feira (6) que está “completamente” descartada a motivação política no assassinato dos três médicos em um quiosque na Barra da Tijuca, na zona oeste, na madrugada dessa quinta-feira (5). Ele deu a declaração após reunião com o secretário executivo do Ministério da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Cappelli, no Palácio Guanabara, sede do executivo estadual.
A Polícia Civil do Rio de Janeiro investiga a hipótese de que os ortopedistas tenham sido mortos por engano. Os suspeitos dos assassinatos dos médicos seriam integrantes de um grupo criminoso que controla negócios ilícitos em comunidades da zona oeste do Rio.
Segundo o governador, não se trata mais de uma briga de milicianos e traficantes.
Leia mais:
Deputado federal de Londrina é citado em relatório da Polícia Federal
Senado aprova projeto que aumenta para 10 anos banimento de torcedor violento dos estádios
PF faz busca e apreensão contra chapa eleita no PR que comprou votos no Pix
PF liga ataque de Bolsonaro às urnas a trama para dar golpe de Estado em 2022
“Nós estamos falando de uma verdadeira máfia. Uma máfia que hoje é mais do que foi o tráfico de drogas ou de armas. Uma máfia que verdadeiramente tem entrado nas instituições, nos poderes, no comércio, nos serviços, inclusive no sistema financeiro nacional, que infelizmente tem seus próprios tribunais ampliando esse poder nas mais diversas esferas. É uma máfia que vem se expandindo em todo o território nacional ”, disse Castro.
A polícia acredita ainda que o engano e a grande repercussão da notícia desagradaram lideranças do Comando Vermelho, facção à qual o grupo criminoso - suspeito de matar os médicos - estaria vinculado. As lideranças da facção teriam ordenado a morte dos assassinos dos ortopedistas.
A hipótese foi levantada depois que a Polícia Civil encontrou, na madrugada desta sexta-feira, os corpos de quatro pessoas em dois carros. Dois dos mortos foram identificados como suspeitos de envolvimento nos assassinatos dos médicos. Outros dois ainda não foram identificados.
Castro destacou que as investigações continuam. “Nós não iremos parar por aqui. Não é porque se acharam corpos que as investigações vão terminar. Elas serão ampliadas. Iremos até o fim para que a gente possa combater essa máfia e a guerra que eles estão provocando”.
O CRIME
Quatro médicos estavam em um quiosque na orla da Barra da Tijuca, na zona oeste da cidade, quando homens em um carro pararam no local e dispararam contra as vítimas. Apenas um sobreviveu. As vítimas são Marcos de Andrade Corsato, Diego Ralf de Souza Bomfim e Perseu Ribeiro Almeida.