Mulher ficou ferida
O governador Jaime Lerner (PFL) saiu em defesa do prefeito de Curitiba, Cassio Taniguchi (PFL), e da vice-governadora Emília Belinati. Ele disse que não acredita no afastamento do prefeito acusado de burlar a Lei de Licitações em serviços de consultoria, fiscalilzação e gerenciamento do programa Linhão do Emprego. Quanto à sua vice, afirmou que ela sempre trabalhou "com retidão e ética".
"Conheço o prefeito. Ele tem sido um grande prefeito para Curitiba. Todo o governante tem seu questionamento político. Mas é um grande administrador", defendeu Lerner.
A denúncia foi feita pela Promotoria de Defesa do Patrimônio Público, que pediu o afastamento do prefeito do cargo até que o processo seja julgado. A justificativa é a de que o prefeito estaria dificultando as investigações.
O governador atribui as denúncias a uma série de injustiças que estariam sendo cometidas contra o governo do Estado. "Esta é mais uma injustiça. Mas eu tenho certeza que as acusações serão esclarecidas pela própria atuação do Cassio como prefeito. A verdade sempre aparece. E ele tem todo o direito ao respeito dos paranaenses", argumentou o governador.
De acordo com a denúncia, a prefeitura autorizou a prorrogação irregular, por 12 meses, de um contrato firmado um ano e meio antes com a Esteio - mesma empresa citada nas denúncias de desvio de recursos da Prefeitura Municipal de Londrina. Na prorrogação, o valor do contrato teria recebido um acréscimo de R$ 1,2 milhão - 83,5% a mais do que o montante original do contrato, de R$ 1,4 milhão.
Emília - O governador Jaime Lerner também defendeu a vice-governadora Emilia Belinati (PTB), após cinco dias da prisão do ex-prefeito cassado de Londrina, Antonio Belinati (sem partido). Lerner disse que os deputados estaduais de oposição estão sendo injustos ao pedir o afastamento de Emilia. "Ela foi uma excelente deputada estadual e trabalhou ao lado deles. Como governadora em exercício, a vice sempre fez com retidão e ética o seu trabalho", argumentou.
Os deputados de oposição alegam que por ser mulher de Belinati, Emilia não teria condições de permancer no Palácio Iguaçu. Eles alegam que a presença dela no governo do Estado poderá ocasionar um desgaste político ainda maior para o próprio governador Jaime Lerner. "Estes são instrumentos normais de oposição. Eles vão alegar o que puderem para tentar afastar a vice do cargo. Mas ela não deu motivos para deixar o Palácio Iguaçu", alegou o governador.
Antonio Belinati foi preso na última sexta-feira. Ele foi eleito por três vezes prefeito de Londrina, teve o mandato cassado em junho do ano passado, por improbidade administrativa.
O Ministério Público chegou a pedir a indisponibilidade de bens da vice-governadora e do deputado estadual Antonio Belinati (PSL) por supostamente terem sido beneficiados com recursos públicos na campanha eleitoral de 1998.
Quanto a Belinati, Lerner não quis emitir opiniões. "Este é um assunto que está na esfera do Poder Judiciário. Por razões éticas não vou me pronunciar", declarou.
Leia mais em reportagem de Luciana Pombo, na Folha do Paraná/Folha de Londrina desta quinta-feira