O ex-secretário da Fazenda do governo Jaime Lerner, Giovani Gionédis, finalmente compareceu à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Banestado da Assembléia Legislativa.
Na condição de ex-integrante do Conselho de Administração do banco durante o processo de privatização, ele foi convocado cinco vezes, a última através de intimação judicial.
O depoimento foi tranqüilo, mas algumas perguntas ficaram sem respostas. O ex-secretário não soube responder por que o Banestado gastou R$ 4,8 milhões no treinamento de funcionários quando já passava pelo processo de privatização.
Gionédis declarou aos deputados que 67% das dívidas do Banestado são anteriores a 1994, ano em que Jaime Lerner assumiu o cargo de governador do Paraná. Lerner teria acompanhado todo o processo de privatização e inclusive marcado a data do leilão.
O ex-secretário rebateu as afirmações de Reinhold Stephanes, atual secretário estadual da Administração e último presidente do banco antes da privatização.
Em seu depoimento, na semana passada, Stephanes criticou a suposta pressa com que o governo do Paraná e o Banco Central teriam realizado a privatização do banco.
Gionédis disse que a privatização não foi um processo "apressado". Teria durado cinco anos, sendo iniciado a partir do momento em que Jaime Lerner assumiu o governo.
Para o ex-secretário, a privatização foi a melhor alternativa à intervenção anunciada pelo Banco Central, e seria mais viável que a federalização proposta pelo governador Roberto Requião, que na época era senador.