O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal, requereu à Procuradoria-Geral da República abertura de inquérito por calúnia, injúria e difamação contra a revista Carta Capital. Na representação, o ministro afirma que a edição 708 da revista publicou reportagem segundo a qual ele teria recebido do chamado "mensalão mineiro" R$ 185 mil em março de 1999, quando ocupava o cargo de advogado-geral da União.
Na representação, Mendes diz que só assumiu a chefia da Advocacia-Geral da União em janeiro de 2000. Em 1999, ele ocupava o cargo de subchefe para Assuntos Jurídicos da Casa Civil. O ministro afirma, ainda, que a lista é falsa e que isso já foi comprovado. Diz que a revista sabia da falsificação e que, mesmo assim, sem ouvi-lo, resolveu publicá-la.
O ministro afirma que a revista publicou a reportagem para levantar dúvidas a respeito de sua capacidade de se tornar juiz do processo do mensalão. Por isso, segundo ele, imputou-lhe a prática de ato criminoso, ao dizer que havia recebido vantagens indevidas oriundas de fontes públicas, além de sugerir que teria praticado ato indevido no cargo de ministro, ao conceder habeas corpus a Marcos Valério, réu do processo do mensalão, em 2009.
A mesma reportagem, que ocupou sete páginas da Carta Capital, afirma que o senador Delcídio Amaral (PT-MS) também está na lista dos beneficiados pelo "mensalão mineiro", surgido durante a campanha à reeleição do governador tucano Eduardo Azeredo. O esquema teria sido comandado pelo publicitário Marcos Valério, também réu no processo do mensalão.
Em correspondência à revista, Delcídio esclareceu que só disputou a eleição por Mato Grosso do Sul em 2002, quando foi eleito senador, tendo tomado posse em 2003. Segundo Delcídio, o próprio advogado de Marcos Valério atribui a autoria da lista a "um psicopata" que já foi preso e que continua respondendo a processo criminal por falsificação de documentos. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo