Os promotores que atuam no Grupo Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) de Londrina devem tomar hoje o depoimento de pelo menos quatro pessoas cuja condução coercitiva foi autorizada pelo juiz da 3ª Vara Criminal, Juliano Nanuncio, na quinta-feira passada, quando decretou, também, a prisão de 47 pessoas, sendo 44 auditores. Trata-se da quarta fase da Operação Publicano, que investiga o esquema de cobrança de propina por auditores da Receita Estadual de Londrina. Para o Ministério Público, assim como para outros órgãos públicos, o feriado foi adiado para sexta-feira.
Ontem, pelo menos cinco pessoas foram ouvidas no Gaeco. "São empresários que pagaram propina ou pessoas que tinham conhecimento de algum fato ilícito", comentou o promotor Jorge Barreto da Costa, coordenador do Gaeco. Enquanto isso, outras testemunhas ou possíveis investigados estão sendo ouvidas nas cidades onde residem, como capital e interior paulista, Belo Horizonte e cidades do Paraná. Ao todo, foram expedidos 52 mandados de condução coercitiva. "Esperamos que as oitivas sejam feitas o mais rápido possível", disse.
A pressa se justifica porque o delegado do Gaeco, Alan Flore, tem prazo até sábado para concluir o inquérito. Terminado, o relatório será encaminhado ao juiz e, então, volta ao Gaeco. "A partir do recebimento, temos cinco dias para apresentar a denúncia", explicou Barreto, afirmando, porém, que a intenção é protocolar a ação até o dia 16.
Até agora, nenhum dos presos na Publicano 4 obteve habeas corpus. Estão presos o suposto líder do esquema, o auditor Márcio de Albuquerque Lima, e sua esposa Ana Paula Pelizari Marques (que já estiveram detidos nas duas primeiras fase da operação); outros 38 auditores; e três particulares, incluindo o empresário Kouchi Yui e o advogado Luiz Lopes Barreto. Quatro auditores (três de Curitiba e um de Londrina) seguem foragidos.