O delegado do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) em Londrina, Ernandes Cézar Alves, confirmou o indiciamento de oito pessoas por envolvimento no suposto caso de pagamento de propina para agilização de processos de doação de áreas públicas para empresários no Instituto de Desenvolvimento de Londrina (Codel). O fato veio à tona em dezembro e culminou com a prisão temporária de três pessoas.
De acordo com o delegado, três servidores foram indiciados por corrupção passiva e formação de quadrilha; um empresário e uma funcionária por corrupção ativa e formação de quadrilha; e três empresários por corrupção ativa. Ele não divulgou os nomes porque o inquérito corre em segredo de Justiça.
Alves disse ainda que, apesar de ter havido o pagamento para a agilização dos processos, nenhuma dessas doações chegou a ser concluída. "Se isso tivesse ocorrido, haveria o pagamento de outro valor a ser acertado posteriormente", afirma.
A suspeita de pagamento de propina na Codel veio à tona no dia 6 de dezembro de 2013. No dia, o então gerente de Desenvolvimento Industrial do órgão Eduardo Ivan Reale, o empresário Dorival Pereira e Eliana Teixeira Gonzaga, suspeita de fazer a "ponte" entre empresários e servidores envolvidos, foram presos por cinco dias. Documentos e computadores também foram apreendidos na Codel para a investigação.
Após o caso, o prefeito Alexandre Kireeff (PSD) determinou um pente-fino na Codel e a exoneração de Reale e do então coordenador de Fiscalização e Análise de Projetos, José Hilário, dos cargos de chefia que ocupavam. Funcionários efetivos com 29 anos de carreira, ambos voltaram às funções originais, mas foram afastados durante sindicância que apura as supostas irregularidades.
Mesmo com o escândalo, a Câmara de Vereadores aprovou com o apoio do Executivo mais 12 doações de áreas, em dezembro passado.