Política

Fusão entre PDT e PTB encontra resistência no Paraná

23 ago 2002 às 16:20

O processo de fusão entre PDT e PTB, partidos envolvidos na Frente Trabalhista, no plano nacional, promete encontrar focos de resistência no Paraná. As particularidades da política local prometem dar dor de cabeça aos articuladores da união. O problema começa no fato de o PDT ser de oposição no Estado, enquanto o PTB apóia o governador Jaime Lerner (PFL). Deputados pedetistas e petebistas, por exemplo, não se toleram, principalmente por conta do episódio Copel, quando a bancada do PTB endossou a venda e o PDT foi contra.

Além de obstáculos ideológicos, as opiniões das lideranças envolvidas são divergentes. O senador Alvaro Dias (PDT), candidato ao governo do Estado pela coligação PDT-PTB-PPB, avalia que é cedo para decidir pela fusão. ''Embora já exista a decisão nacional, isso tem que ser melhor discutido depois das eleições'', disse. Para Alvaro, o processo será mais fácil se o presidenciável Ciro Gomes (PPS) sair vitorioso. O senador preferiu não tecer mais comentários sobre o assunto antes de conversar com as direções dos partidos que lhe dão sustentação.


Da parte do PTB, há sinais de que a aproximação não será fácil. O deputado estadual petebista Luiz Carlos Alborghetti disse que ficou ''boquiaberto'' com a costura da fusão. ''Primeiro deveria ocorrer uma mudança na legislação partidária. O Brasil tem muitos partidos. Melhor seria se houvesse só uns três ou quatro'', opinou. ''E tem ainda outro problema. Será que não vai haver guerra entre o Leonel Brizola e o (José Carlos) Martinez?''

O candidato do PPS ao Palácio Iguaçu, Rubens Bueno, é o mais radical. Ele disse ser totalmente contra. ''Incluindo o PPS, a possibilidade (de união) simplesmente não existe. O PPS tem 80 anos e mantém um ideário bem distante da Frente Trabalhista.'' Apesar de já terem sido aliados, hoje Rubens e Alvaro são desafetos políticos. A ruptura ocorreu em 1997, quando Bueno comprou briga com Alvaro, ao defender a entrada do governador Jaime Lerner (PFL) no PSDB. O presidente estadual do PTB, deputado Valdir Rossoni, não foi encontrado.


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