O Fórum Popular Contra a Venda da Copel programa uma vigília em frente à Assembléia Legislativa, a partir de agosto. O objetivo é pressionar os deputados a votar favoravelmente ao projeto de iniciativa popular que revoga a autorização dada ao Executivo, em 1998, para vender a estatal de energia. O Legislativo recebeu o projeto no dia 11 de junho, com 120,9 mil assinaturas - o dobro do necessário. A matéria está sob análise da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ).
A intenção é manter uma concentração permanente desde o início dos trabalhos (1º de agosto) até a votação do projeto. A organização do Fórum, que conta com mais de 300 entidades e câmaras municipais, espera manter uma média de 300 a 400 pessoas durante a vigília. Um dos coordenadores do Fórum, Esmael Morais, explica que um grupo de entidades ficará encarregada de organizar a vigília em cada região do Estado, trazendo manifestantes a Curitiba.
O governo planeja a venda da estatal para outubro ou novembro, sob a alegação de que os recursos são necessários para estancar o déficit previdenciário, de R$ 100 milhões mensais, além da perda de competitividade da empresa. A venda da Copel, considerada o principal projeto do governador Jaime Lerner (PFL), tornou-se a maior bandeira da bancada de oposição - que sustenta que o objetivo é cobrir rombos de caixa. Os oposicionistas trabalham contra o relógio para conseguir 28 votos necessários para aprovar a matéria. Em tese, somam 24. O líder do governo, Durval Amaral (PFL), acredita ter 31 votos na base de sustentação, que sofreu dez baixas este ano.
O Fórum mantém ainda a agenda durante o recesso do Legislativo. Os organizadores garantem que as vigílias nas bases eleitorais dos deputados favoráveis à privatização - realizadas em frente às casas dos parlamentares - vão continuar. Na segunda quinzena deste mês, o Fórum fará uma caravana de dirigentes sindicais às bases eleitorais dos parlamentares favoráveis à venda.