O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso disse hoje, em Curitiba, esperar que o episódio envolvendo o governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda (DEM), não afete o PSDB. No entanto, deixou escapar que pode resultar alguns respingos para o partido na relação que tem com o Distrito Federal, visto que faz parte do governo.
"Eu não sei qual vai ser a decisão lá em Brasília", disse o ex-presidente, que esteve em Curitiba para uma palestra a empresários no Fórum de Marketing, realizado no Teatro da Universidade Positivo. "Agora é um fato importante, tem consequências."
Fernando Henrique ressaltou que não queria se antecipar a qualquer desdobramento do caso no Distrito Federal e muito menos sobre qual deve ser a decisão do DEM. "Isso não afeta a relação do PSDB com o DEM, mas afeta a relação do DEM com o Distrito Federal e, por consequência, também a nossa, não há dúvida", afirmou.
Sobre as eleições no Distrito Federal, o ex-presidente disse que não sabe quais serão os candidatos. "Mas em função do que aconteceu serão outros. O governador era um candidato forte. Vai continuar sendo? Quem será o candidato? Haverá outros candidatos? Qual será a posição dos outros? Consequências vão ter", ressaltou.
Sucessão presidencial
Questionado sobre a urgência ou não de o PSDB definir seu candidato a presidente, Fernando Henrique disse que a questão foi precipitada pela "insistência" do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, "em lançar um (candidato) por antecipação e colocou o carro adiante dos bois".
De acordo com o ex-presidente, nem mesmo a pessoa indicada "reiteradamente" pelo presidente (a ministra Dilma Rousseff) assumiu a candidatura. "Não tem nenhum candidato, não só do PSDB, não tem nenhum", afirmou. "É estranho que peçam ao PSDB para assumir. Ninguém assumiu. Não tem nenhum candidato posto, assumido", reforçou FHC.