Política

"Fato concreto" contra Richa embasa criação de CPI, diz deputado

18 mai 2015 às 14:59

Os deputados da oposição não desistiram da ideia de criar uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) na Assembleia Legislativa do Paraná (Alep) para investigar o esquema de cobrança de propina descoberto dentro da Receita Estadual em Londrina. A informação de quea campanha à reeleição do governador Beto Richa (PSDB) teria sido beneficiada com valores angariados por meio da vantagem indevida será utilizada pelos parlamentares para embasar a abertura das investigações. "O fato concreto solicitado pela base governista veio de uma pessoa próxima ao círculo palaciano. Não há como negar, agora, que a Assembleia precisa fazer a sua parte e investigar o caso. Se a gente vai ou não confirmar (a denúncia), é uma outra história", argumentou o deputado Tadeu Veneri (PT) em entrevista ao Bonde nesta segunda-feira (18). Vale lembrar que a revelação envolvendo o nome de Richa foi feita pelo auditor fiscal Luiz Antônio de Souza por meio de um acordo de delação premiada.

A oposição tentou emplacar a CPI em março, quando as investigações do Ministério Público (MP) referentes ao esquema de propina na Receita vieram à tona através da Operação Publicano. Na época, no entanto, os deputados da base governista apresentaram diversos pedidos de abertura de outras comissões e a CPI da Receita acabou esquecida. "Apenas duas das cinco solicitações foram aprovadas. Os objetos de investigação das comissões propostas são importantes, mas não possuem fatos concretos como a da Receita", destacou Veneri, lembrando que as CPIs sugeridas pelas base governista tratam, entre outros pontos, dos direitos das mulheres, de maus-tratos contra os animais e da explosão de caixas eletrônicos.


O deputado Maurício Requião (PMDB), autor do pedido de abertura da CPI da Receita, deve conversar com os demais parlamentares durante a sessão desta segunda-feira com o objetivo de convencê-los de assinar a solicitação. "Precisamos convencer os deputados, inclusive os da base governista, de que há um fato concreto para ser investigado", concluiu Veneri.

Atualmente, a oposição tem oito assinaturas e precisa de pelo menos 15 para levar o pedido de abertura da CPI ao plenário da Assembleia para votação.


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