O ex-prefeito de Maringá Jairo Gianoto (da gestão 1997-2000), preso na tarde de sexta-feira pela Polícia Federal, foi transferido no mesmo dia da cela da PF para um hospital da cidade para se tratar de complicações decorrentes de um acidente de automóvel sofrido na semana passada. Ele deixou a cela da PF à noite.
O agente federal responsável pela Comunicação Social da Delegacia da PF em Maringá, Celso Secolo, informou que a transferência foi liberada pelo mesmo juiz que decretou a prisão do ex-prefeito, Raphael Cazelli de Almeida Carvalho, da Vara Federal Criminal de Maringá. ''Foram feitos exames e uma consulta com o médico da Penitenciária de Maringá que constataram a necessidade de internar o ex-prefeito em um hospital'', disse Secolo.
Segundo um dos advogados de Gianoto, Antonio Manzano Neto, ele teria perfurado um dos pulmões no acidente e estava sentindo dores no peito. ''Ele não conseguia nem falar direito e acredito até que foi levado para a UTI'', afirmou.
A direção do hospital que cuida do ex-prefeito confirmou que ele está internado na Unidade de Terapia Intensiva mas não informou qual o estado do paciente.
De acordo com a PF, Gianoto foi preso na tarde de sexta-feira, no momento em que saía de uma consulta no Hospital e Maternidade Maringá. Uma semana antes, ele se acidentou de carro em uma estrada perto de Ponta Grossa e teve a perna quebrada. A esposa do ex-prefeito, uma filha e dois netos do casal também estavam no carro, mas passam bem.
Gianoto é acusado de desvio de R$ 1,8 milhão, sonegação fiscal e formação de quadrilha em uma ação penal movida pelo Ministério Público Federal. A prisão preventiva é resultado da decisão em primeira instância do caso, que o condenou a 14 anos de reclusão em regime fechado.
''O juiz alegou que a prisão era necessária para a ordem pública, mas meu cliente nunca fugiu nem atrapalhou as investigações da polícia. Não havia necessidade para a prisão e vamos entrar com o pedido de habeas corpus junto ao Tribunal Regional de Porto Alegre'', garantiu o advogado do ex-prefeito.
Manzano Neto também informou que a condenação é sujeita a recurso e que o acusado tem o direito de responder em liberdade. ''Ele não foi condenado em definitivo e agora vamos recorrer ao Tribunal Regional de Porto Alegre. Mas o habeas corpus é um processo rápido e, se o juiz conceder, na começo da semana Jairo já poderá voltar para casa quando sair do hospital'', explicou.
Outras cinco pessoas foram condenadas em primeira instância mas apenas o ex-secretário Municipal de Fazenda de Maringá, Luiz Antonio Paolicchi, também teve a prisão preventiva decretada. De acordo com a PF, ele não foi localizado nos dois endereços que forneceu. ''Estamos a sua procura e o advogado de Paolicchi disse que irá apresentar seu cliente na segunda-feira. Assim que for encontrado ele também será preso e ficará à disposição da justiça'', afirmou Secolo.