Política

Ex-governador Beto Richa é preso em Curitiba em operação do Gaeco

11 set 2018 às 07:29


O ex-governador do Paraná Beto Richa (PSDB) foi preso na manhã desta terça-feira (11). O candidato ao Senado foi preso durante uma operação do Gaeco (Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado) em Curitiba, que investiga irregularidades no programa Patrulha Rural. A prisão é temporária, ou seja, tem prazo de cinco dias. A assessoria de imprensa do MP confirma a prisão de Beto e da mulher dele, Fernanda Richa, pelos membros da equipe especializada do MP, mais o ex-chefe de gabinete Deonilson Roldo e ainda o irmão do ex-governador, Pepe Richa. Em Londrina, o Gaeco também cumpria mandados na residência de Luiz Abi Antoun, primo distante de Richa.

Ao todo foram 15 mandados de prisão e 26 de busca e apreensão nas cidades de Curitiba, Londrina, Santo Antônio do Sudoeste e Nova Prata do Iguaçu no âmbito da Operação Rádio Patrulha.


A operação apura direcionamento de licitação para beneficiar empresários e o pagamento de propina a agentes públicos, além de lavagem de dinheiro no programa do governo estadual do Paraná Patrulha do Campo, no período de 2012 a 2014.


A operação do Gaeco foi deflagrada junto com a 53ª fase da Operação Lava Jato, batizada de Piloto. Com ações nos estados da Bahia, São Paulo e Paraná, tem o cumprimento de 36 ordens judicias nas cidades de Salvador (BA), São Paulo (SP), Lupianópolis (PR), Colombo (PR) e Curitiba, onde a PF cumpriu mandado de busca e apreensão no apartamento de Beto.


O objetivo da investigação é a apuração de suposto pagamento milionário de vantagem indevida no ano de 2014, pelo Setor de Operações Estruturadas do Grupo Odebrecht, em favor de agentes públicos e privados no Estado Paraná, em contrapartida ao possível direcionamento do processo licitatório para investimento na duplicação, manutenção e operação da rodovia estadual PR-323 na modalidade parceria público-privada.


As condutas investigadas podem configurar, em tese, os delitos de corrupção ativa e passiva, fraude à licitação e lavagem de dinheiro.


O nome dado à operação policial remete a codinome atribuído pela Odebrecht em seus controles de repasses de pagamentos indevidos a um investigado.


O Governo do Estado já se manifestou por meio de uma nota e disse que está colaborando com todas as investigações em curso.


"A governadora Cida Borghetti ressalta que não aceita nenhum tipo de desvio de conduta dos seus funcionários e que criou a Divisão de Combate à Corrupção para reforçar o combate à esse tipo de crime. Hoje, a divisão esta fazendo buscas e apreensão em uma operação que combate fraudes a licitação", afirma a note.


Além disso, o Governo do Estado disse que vai aguardar a divulgação de mais informações a respeito dessa fase da Operação Lava Jato para tomar outras providências.

(Atualizado às 10h14)


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