Política

Ex-diretor do DNIT diz que guarda mágoas de Dilma

25 out 2011 às 13:34

De quarentena enquanto aguarda a chegada de dezembro para voltar à iniciativa privada, o ex-diretor-geral do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes Luiz Antônio Pagot não esconde as mágoas em relação à presidente Dilma Rousseff. "Claro que guardo muita mágoa da presidente. Fiz tudo por ela e um pouco mais. E fui tratado como a maior falta de respeito", disse Pagot.

Ele afirmou que trabalhava das 7 horas às 22 horas, todos os dias, e que aproveitava os fins de semana para fiscalizar as obras do Dnit. "Fomos nós que ajudamos a consolidar as obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Tivemos, entre todos os órgãos do governo, o melhor desempenho no PAC, reconhecido pela presidente. Numa ação intempestiva e mal assessorada, acabamos todos afastados", disse Pagot.


O ex-diretor do Dnit e mais três integrantes da cúpula do setor de transportes do governo foram afastados no dia 4 de julho, mesmo dia em que a revista Veja noticiou a ocorrência de irregularidades no Dnit e a participação do PR na formação de um caixa dois originado de cobrança de propina de empresas que prestam serviços na infraestrutura de transportes. Pagot, no entanto, sempre negou qualquer irregularidade. Ele chegou a desafiar o Congresso a fazer uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar as denúncias.

Depois do afastamento de Pagot, o ministro Gilberto Carvalho (Secretaria-Geral) e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva conversaram com Dilma Rousseff, na tentativa de fazê-la recuar. Mas Dilma bateu o pé e não aceitou as ponderações que lhe eram feitas. Com Pagot, caíram também o ministro Alfredo Nascimento e outros 25 dirigentes do setor de transportes, a maior parte ligada ao PR. "O PR foi catapultado do governo. Agora, ficam querendo que o partido volte. Acho que o PR deveria exigir uma conversa institucional com o governo, saber o que eles querem, e ver se ainda existe alguma possibilidade de resolver essa crise de desconfiança", opinou Pagot.


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