O ex-delegado Regional do Trabalho no Paraná, Celso Soares da Costa, preso há 64 dias no 2º Distrito Policial, acusado de fraudar uma licitação pública, concedeu ontem uma entrevista à Folha de Londrina. Costa negou as acusações de falsificação de assinaturas e carimbos no processo licitatório e criticou a concessão de sua prisão.
''Participamos da licitação e vencemos. Prestamos o serviço, os funcionários foram treinados e o produto foi instalado lá. Temos comprovantes dos treinamentos, da entrega do produto, diagnósticos entregues e aceitos pelos técnicos da Comurb'', justificou.
Conforme Costa, as declarações de seu ex-funcionário, Walace Soares de Oliveira, que afirma que teria sido coagido para não dar depoimentos ao Ministério Público (MP), não deveriam ser levadas em consideração. ''Ele foi meu funcionário, colocou uma indenização trabalhista, responde uma queixa crime que eu fiz, e essa pessoa é arrolada como testemunha?'', afirmou.
O ex-delegado também negou as declarações do ex-diretor administrativo-financeiro da Comurb, Eduardo Alonso, concedidas na semana passada, de que Costa teria tido acesso a documentação das empresas participantes da licitação.
Sobre as denúncias de irregularidades em licitações na Acesf, envolvendo a Celta System, e que estão sendo apuradas pelo MP e pela auditoria do município, Costa não quis se manifestar. ''Esse caso eu gostaria de deixar para depois. Tenho pilhas de ordem de serviço do pessoal da Acesf, fazendo os pedidos para alterar o software para treinamento.''
O ex-delegado também negou saber das irregularidades encontradas em uma sindicância realizada na sub-delegacia do Trabalho em Londrina, que apontou os ex-chefes da Fiscalização Elson Ribeiro, e de Relações do Trabalho, Wanderli Laudelino Farias, e o ex-subdelegado Dorival Arantes, por envolvimento em indícios de negligência na fiscalização de empresas do setor moveleiro de Arapongas, falsidade ideológica, tráfico de influência, quebra do código de ética dos servidores públicos e desmandos na subdelegacia.
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