Citado na quarta fase da Operação Publicano, o empresário londrinense Rachid Zabian foi encaminhado à sede do Grupo de Atuação Especial e Combate ao Crime Organizado (Gaeco) na quinta-feira (3) para prestar esclarecimentos. Em rápida entrevista coletiva após o depoimento, ele negou as acusações e se disse "estarrecido" com o fato de ter tido o nome envolvido no esquema de corrupção descoberto dentro da Receita Estadual. "Essa cidade é podre e está cheia de problemas. Não é justo o que estão fazendo comigo", disparou.
Questionado sobre o teor de seu depoimento ao Gaeco, Zabian alegou que o delegado do órgão mostrou a foto de um auditor fiscal e perguntou se ele o conhecia. "Disseram que era um cidadão que trabalhava na Receita, e eu garanti que não o conheço", contou.
Zabian disse, ainda, não entender por qual motivo estão tentando envolver o nome dele no esquema de corrupção. "Não conheço ninguém da Receita e nunca participei de nada disso. Estou desgostoso com esse tratamento. É um absurdo o meu nome sair na imprensa antes mesmo de me comunicarem", criticou.
Rachid Zabian é apenas um de diversos empresários ouvidos pelo Gaeco na quinta-feira. Questionado se eles prestaram depoimentos na condição de testemunhas ou de acusados, o promotor Jorge Barreto da Costa desconversou: "Todos os conduzidos coercitivamente tem algum envolvimento, ou pelo menos, conhecimento. A definição se são testemunhas ou partícipes será possível saber após o encerramento das investigações".
City Shopping
Vale lembrar que Zabian é proprietário do City Shopping, empreendimento irregularmente construído na rua Benjamin Constant, no centro de Londrina, em 2013. A Europart, de propriedade do empresário, precisou realizar melhorias em imóveis e bens públicos para 'compensar' os problemas do empreendimento.
De acordo com informações da prefeitura, o recuo entre a calçada e o City Shopping não obedece a legislação municipal. O edifício também teria sido inaugurado sem autorização da Secretaria Municipal de Obras.