Política

Bolsonaro responde questões sobre processo eleitoral e pandemia no JN; entrevista registra alta audiência

22 ago 2022 às 23:00

O presidente da República e candidato à reeleição Jair Bolsonaro (PL) concedeu entrevista ao Jornal Nacional, na noite desta segunda-feira (22). Durante o programa, o presidenciável respondeu questões sobre a seguridade do processo eleitoral, críticas aos ministros do STF (Supremo Tribunal Federal), saúde pública, interferências na PF (Polícia Federal) e corrupção. O telejornal registrou alta audiência, com picos de até 36 pontos em São Paulo (SP), o equivalente a quase três milhões de lares somente na capital paulista. Na última segunda-feira (15), a média do programa foi de 26 pontos.


A primeira pergunta feita pelos jornalistas William Bonner e Renata Vasconcellos foi sobre os "xingamentos a ministros do STF" feitos por Bolsonaro. O candidato afirmou que Bonner citava uma fake news e que nunca havia xingado qualquer ministro. Após o jornalista reiterar que o xingamento realmente existiu, Bolsonaro afirmou que não foram "ministros", mas sim "um ministro somente". Ainda sobre o assunto, o candidato do Partido Liberal afirmou estar "pacificado com o STF".


Bolsonaro também foi questionado sobre o processo eleitoral e os seus apoiadores defensores de ações antidemocráticas. O vice-líder nas pesquisas de intenções de voto disse que os pedidos de fechamento do Congresso, feitos por seus apoiadores, são um direito assegurado pela "liberdade de expressão deles" e que "não vê nada demais". Bolsonaro também citou Aécio Neves, que, segundo ele, tentou fazer uma auditoria das eleições de 2014, mas não conseguiu.


Os jornalistas também perguntaram sobre aceitação de uma suposta derrota nas urnas. O candidato disse que respeitaria o resultado, mas somente se as eleições fossem "limpas e com transparência".


Pandemia


A compra de medicamnetos ineficazes também teve espaço na entrevista, assim como a demora do presidente em comprar vacinas durante a pandemia. Bolsonaro se defendeu, dizendo que comprou os imunizantes de maneira rápida, e que no mês de janeiro, o "Brasil já estava vacinando".


Renata Vasconcellos questionou sobre a desestimulação da vacinação por parte de Bolsonaro, que respondeu dizendo que só o fez porque a Pfizer "não se responsabilizaria pelos efeitos colaterais" das doses aplicadas na população. Sobre a Covid-19, Bolsonaro disse uma fake news ao vivo, quando afirmou que "pessoas se contaminavam mais em casa do que nas ruas".


O entrevistado entrou em desacordo com Bonner e Vasconcellos sobre os dias em que Manaus (AM) ficou sem receber oxigênio, no ápice da pandemia, devido a um erro de logística do então ministro da Saúde Eduardo Pazuello. Bolsonaro afirmou que a cidade ficou desprovida por dois dias, sendo desmentido pelos jornalistas, que atestaram que, na verdade, foram nove dias. O presidente finalizou dizendo que "fez a sua parte em Manaus".

Outros assuntos


Bolsonaro também disse que, em um eventual segundo mandato, vai dar sequência a projetos de reformas, como a da previdência e a das normas regulamentadoras. O candidato citou o saldo positivo de 3 milhões de empregos criados e o BEm (Benefício Emergencial), que assegurou o emprego de milhões de brasileiros durante a pandemia da Covid-19.


Outros assuntos abordados pela entrevista foram as relações com o ex-ministro do Meio Ambiente Ricardo Salles e as políticas de desregulamentação dentro da Amazônia. Além disso, a relação do presidente com o chamado "centrão" foi questionada. Segundo ele, mesmo criticando em outras oportunidades, "isso é necessário para que se possa governar".


O candidato encerrou a entrevista de 40 minutos afirmando que pegou o país em uma "situação crítica" e que fez "o possível". A próxima entrevista é com o presidenciável Ciro Gomes (PDT), nesta terça-feira (23).


*Sob supervisão de Fernanda Circhia 

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