A ligação entre o ex-deputado federal André Vargas - preso na manhã desta sexta-feira (10) em Londrina - e o doleiro Alberto Youssef veio a tona há um ano. Reportagem do jornal Folha de São Paulo no dia 1º de abril de 2014 revelou que Vargas havia emprestado o jatinho de Youssef para passar as férias com a família em uma praia do nordeste em 2013.
A descoberta foi feita ainda no início da Operação Lava Jato logo após a prisão do doleiro pela Polícia Federal. Alberto Youssef é acusado de liderar um esquema de lavagem de dinheiro e evasão de divisas que teria movimentado cerca de R$ 10 bilhões e também um dos pivôs do esquema de corrupção na Petrobras.
Vargas foi levado para o centro das investigações que resultaram na cassação de seu mandato pela Câmara dos Deputados em dezembro do ano passado. Tão logo surgiu a descoberta do empréstimo do jatinho outros fatos mostraram a proximidade entre o ex-parlamentar e o doleiro.
A PF interceptou 270 mensagens de textos trocadas pelos dois entre setembro de 2013 e março de 2014. Uma das suspeitas contra o ex-deputado de Londrina é de que ele estaria atuando como lobista na rede articulada pelo doleiro. O político intermediaria negócios de Youssef com o Ministério da Saúde.
André Vargas, que disputou a prefeitura de Londrina pelo PT em 2008, foi obrigado a se desfiliar do partido. Ele era vice-presidente da Câmara no início do escândalo e precisou renunciar ao cargo. O ato final da passagem de Vargas pelo Legislativo foi no dia 10 de dezembro quando o ex-petista foi cassado com 359 votos.