Condenado em regime semiaberto no processo do mensalão, o ex-presidente do PT José Genoino trocou de endereço por pelo menos três vez nos últimos 40 dias. A última mudança ocorreu ontem e segundo advogados do petista a decisão foi comunicada na véspera ao Supremo Tribunal Federal (STF).
Após deixar no último dia 24 de novembro o Instituto de Cardiologia do Distrito Federal, onde estava internado, o petista teria passado alguns dias no apartamento da filha caçula, no bairro Guará II. Pouco depois se mudou para uma casa, que seria de propriedade do sogro da filha, localizada no Lago Sul, bairro de classe média da capital.
Segundo o advogado de Genoino, Luiz Fernando Pacheco, o petista deixou a residência do sogro ontem. "Ele foi uma pessoa generosa que acolheu o Genoino. Mas diante da negativa do STF de autorizar que o Genoino cumprisse pena em São Paulo decidiu-se procurar outro endereço", disse Pacheco ao Broadcast Político. O advogado não quis revelar o novo local nem de quem seria a propriedade.
A decisão de negar a transferência do petista para que ele cumprisse prisão domiciliar em São Paulo foi tomada pelo presidente do STF, ministro Joaquim Barbosa, no último dia 27 de dezembro. Na ocasião, o ministro, relator do processo do mensalão, chegou a afirmar que a chance de Genoino voltar para a penitenciária da Papuda do Distrito Federal era "forte".
Preso em novembro em São Paulo, o ex-dirigente do PT foi trazido para Brasília junto com outros condenados no processo do mensalão, como o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu.
O ex-deputado ficou menos de uma semana no complexo penitenciário da Papuda, em Brasília. Deixou o estabelecimento após reclamar de problemas cardíacos. Depois de ter passado por uma avaliação médica, ele foi autorizado a cumprir a pena em prisão domiciliar.
Na decisão do final de dezembro, Joaquim Barbosa estabeleceu um prazo de 90 dias, contados desde 21 de novembro, para Genoino ficar em prisão domiciliar em Brasília. Ao fim desse prazo, Barbosa decidirá, após reavaliação do estado de saúde, se o ex-presidente do PT voltará a cumprir pena na prisão em regime semiaberto pela condenação por corrupção ativa.