Política

Dono de faculdade teria doado para campanha de Barbosa

13 mai 2010 às 19:28

O prefeito de Londrina, Homero Barbosa Neto (PDT), comentou em sua coletiva semanal o escândalo envolvendo o Centro Integrado de Apoio (Ciap), que tem contratos com a prefeitura de Londrina e está sendo investigado pela Polícia Federal.

Barbosa disse que este relacionamento não coloca os contratos assinados entre a prefeitura e o Ciap sob suspeição.


Durante a coletiva, ele informou que possivelmente teria recebido doação da entidade para sua campanha. "Eu tenho que investigar isso (essa doação). Parece que houve sim (a doação). Tenho outros vários doadores de campanha e estamos tranquilos em relação a isso. A doação não nos compromete: comprometeria se estivéssemos sendo lenientes; se o prefeito tivesse facilitado em algum momento os contratos feitos aqui, o que não ocorreu", afirmou aos jornalistas nesta manhã.


"O Ciap não pode (doar) porque é oscip. A campanha não recebeu nenhuma doação do Ciap, Inesul e do próprio Dinocarme (Lima). A gente recebeu (doação) de uma outra universidade, pode ser essa a confusão que tenha ocorrido (ao prefeito) durante a coletiva. Na verdade, o prefeito (enquanto candidato) fica fazendo campanha, não tem envolvimento com dinheiro. Nossas prestações (de contas) estão todas aprovadas. Não existe nada", afirmou André Nadai, administrador financeiro da campanha de Barbosa Neto, atual presidente da CMTU.


No site do TSE, a prestação de contas de Barbosa Neto foi pouco superior a R$ 702 mil, em 2008. A prestação de contas do terceiro turno, em 2009, não consta no site.


Barbosa disse que assim como outros políticos de Londrina conhece Dinocarme há muito tempo. "Eu conheci o Dinocarme há mais de 20 anos; vendi propaganda para ele quando ele tinha o curso de corte e costura na Avenida JK", relatou. "Tenho realmente uma admiração por todas as pessoas que prestam serviço para o município. Mas, a partir do momento que tiver qualquer erro, o rigor da lei vai ser respeitado"


O prefeito, no entanto, negou-se a responder sobre eventual pedido de facilitação de contratos que pudesse ter ocorrido por parte da Inesul ou do Ciap. "Eu prefiro não responder essa pergunta. Eu não posso fazer uma afirmação para vocês neste momento. Eu creio que o Ministério Público e a Polícia Federal vão nos chamar e, então, vou fazer todas as colocações necessárias para contribuir com o processo", garantiu.


O esquema criminoso que já teria desviado cerca de R$ 300 milhões em recursos federais por meio da Oscip Ciap, sediada em Curitiba, foi investigado pela Polícia Federal, que na terça-feira deflagrou a Operação Parceria, prendendo 11 pessoas, sendo cinco em Londrina.


Serviços


Atualmente CIAP presta quatro serviços para a prefeitura de Londrina: o Programa Saúde da Família (PSF), Policlínica, Samu e Controle de Endemias. O valor pago pela terceirização chega a R$ 50 milhões. O contrato do Samu foi firmado em 2007, com a prestação do serviço pessoal e manutenção de ambulâncias. O valor é de R$ 7,5 milhões.


Em 2009, o PSF passou para a gestão do Ciap. O contrato até março de 2011 chega a R$ 33,2 milhões. Pelo serviço de agentes de endemias chega a R$ 3,7 milhões. A duração do contrato é de um ano. Já na Policlínica, contrato firmado no início deste ano, custa R$ 3,1 milhões. O vínculo com a entidade vai até 2012.


Transparência e redução de custos


Na coletiva desta manhã Barbosa também disse que os contratos com o Ciap têm sido rigorosamente fiscalizados. "Tanto é verdade que houve redução em alguns casos de até 29% do valor contratato. Estamos pagando pelo serviço que efetivamente é prestado", afirmou.


O único contrato que não teve descontos, disse o prefeito, foi o relativo ao controle de endemias.


Confira reportagem do jornal Tarobá 1ª edição:


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