A presidente Dilma Rousseff está tentando reintegrar o PSC à combalida base de seu governo. A petista reuniu-se com o presidente da legenda, Pastor Everaldo, na quarta-feira (9), no Palácio do Planalto para "quebrar o gelo", segundo relatos de participantes do encontro. O partido chegou a dar sustentação ao primeiro governo Dilma.
Everaldo foi adversário de Dilma na disputa pela Presidência da República no ano passado e estava mais ligado a outro candidato, o senador Aécio Neves (PSDB-MG).
Na semana passada, o Pastor Everaldo encontrou-se com assessor especial da petista Giles Azevedo. Na terça-feira, o encontro foi com a própria presidente e durou 40 minutos. Além dos dois, participaram Giles e o líder do PSC na Câmara, André Moura (SE).
A reunião serviu para um distensionamento entre os dois. A conversa começou acerca dos netos de Dilma e Everaldo, mas contemplou também a crise econômica. Tanto Everaldo quanto Moura se posicionaram contra aumento de impostos. O pastor sugeriu a venda de ativos e o enxugamento da máquina.
De acordo com Moura, não houve oferta de cargos, mas a petista os chamou claramente para reintegrar a base. "Ela pediu para a gente se reaproximar do governo, para voltar a fazer parte da base. Já fomos base no primeiro governo. Ela pediu para ajudar na Câmara, principalmente", afirmou o líder, que negou reaproximação. Moura, que é relator da reforma tributária e subrelator da CPI da Petrobras, participou nesta quinta-feira, 10, do lançamento do movimento suprapartidário pelo impeachment de Dilma.
"Estamos fora da base. Votaremos a favor do Brasil", disse o Pastor Everaldo.
Em agosto, Dilma sinalizou aos líderes da base que se aproximaria dos partidos e suas bancadas no Congresso, minimizando as constantes críticas ao encastelamento da presidente.